Saudade do trem
Em 1880, em pleno Império, o Brasil tinha 30 mil quilômetros de ferrovias construídas. Hoje, são em torno de 30 mil quilômetros, segundo os dados mais recentes. Nos anos 1950/60, o país tinha 28 mil quilômetros de trilhos. Nos anos 1950, a estatal ferroviária do RS, a VFRGS, operava os trens Minuano diesel-elétricas, com luxuosos vagões Pullman. (*) E em 1974, surgiu o Trem Húngaro com serviço de bordo e ar-condicionado, ligando Porto Alegre a Uruguaiana, último suspiro do transporte de passageiros por trem. Hoje, é essa pobreza ferroviária que vemos. É o trem que não vem, do Chico Buarque.
No mesmo ano, o Brasil era a 4ª maior economia do mundo. Entre 1960 e 1889, a média de crescimento econômico (PIB de hoje) foi de 8,81% ao ano. Tínhamos 14 impostos, hoje são 98. A moeda brasileira se equivalia ao dólar e à então poderosa libra esterlina.
Saudades do Império? Não, saudades de um Brasil que funcionava.
* (extraído de artigo de Luiz Carlos Souza Moreira)