Policiais mortos

31 ago • Caso do DiaNenhum comentário em Policiais mortos

 Transcrevo o texto do meu amigo Carlos Brickmann (www.chumbogordo.com.br): 

Há poucos dias, 26 de agosto, foi morto o centésimo PM do Rio em 2017. São 13 assassínios de policiais por mês. E o silêncio que se faz é atordoante, como se nada houvesse, como se PM não fosse gente. Imagine se matassem cem juízes, cem garis, cem religiosos. Haveria este silêncio?

Há 130 anos, em onze meses, Jack, o Estripador, matou cinco prostitutas em Londres, cortando-lhes a garganta. O assassino jamais foi identificado, mas a Inglaterra se mobilizou para localizá-lo. E, 130 anos depois, seu nome ainda é lembrado. Aqui, em oito meses morrem cem PMs – e não há qualquer comoção, excetuando-se a das famílias e a de quem é consciente.

Polícia é essencial em qualquer parte do mundo. Na Dinamarca, onde há educação de qualidade para todos, onde a desigualdade social é minúscula, há polícia, e eficiente. Só no Brasil se imagina que a Polícia, executora do monopólio estatal da força, pode ser desprezada. Após a ditadura militar, em que a Polícia aceitou gostosamente a permissão de atuar fora da lei, surgiu a crença de que os policiais foram os culpados pela violência, pelas torturas. Foram; mas houve também promotores que sabiam de tudo e se calaram, juízes coniventes, jornalistas cúmplices. Só os policiais pagam? E nem são mais os mesmos (que, dos velhos tempos, muitos passaram de vez para a vida fora da lei, trabalhando como bicheiros ou milicianos ferozes).

Quando nossa vida corre risco, quem é que chamamos? O ladrão?

Foto de internet, sem indicação de autor.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »