• Tragédias

    Publicado por: • 20 jul • Publicado em: Notas

     Se o cara era azarado? Basta dizer que ele emprestou o carregador de celular para um amigo e quem ficou viciado foi o carregador. A bateria do celu do amigo ficou mais limpa que bunda de criança em comercial de fralda.

     Imagem: Freepik

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  • Síndrome do viaduto

    Publicado por: • 19 jul • Publicado em: Caso do Dia

     Por volta de 1966/67, um ano ou dois antes de começar minha carreira jornalística como repórter policial da madrugada do jornal Zero Hora, quando ainda pertencia a Ary de Carvalho, ouvi do meu colega Uirapuru Mendes que os chefes de reportagem policial dos seis jornais diários que circulavam em Porto Alegre, haviam feito um acordo de cavalheiros: ao contrário da regra até então, suicídios não seriam mais publicados, salvo se existisse dúvida razoável e possibilidade de homicídio. E isso foi cumprido. No primeiro dia que me apresentei para meu chefe, Vilmo Medeiros, ouvi dele várias recomendações, foca que era e ávido para ser veterano.

     Se alguma delegacia, o HPS ou o Plantão da Polícia Judiciária registrar um suicídio, faça um relatório com o maior número de dados disponíveis, disse o Vilmo, dedo em riste na minha assustada cara. Como o principal requisito para ser um bom repórter é a curiosidade, perguntei se esse acordo, por ele confirmado, teve origem em algum caso. Tem, disse ele. E contou.

     Nos anos 1960, boa parte dos suicidas se jogava dos altos da Viaduto Otávio Rocha. Eles (e elas) subiam no parapeito que separava a calçada da rua Duque de Caxias e se jogavam no leito da Borges de Medeiros. Com o acordo, aos poucos o viaduto deixou de ser o local escolhido pelos que optaram pelo “tresloucado gesto”, como se falava então. Meses depois, perguntei a um policial que fazia os registros de homicídios e suicídios e ele contou que, sim, havia caído o número, se não dos suicídios, pelo menos das TENTATIVAS de suicídio, especialmente no viaduto.

     Não quero dar lição de moral nem nada. Apenas registro o caso como o caso foi e, por óbvio, o que penso da tal de Baleia Azul e sua divulgação.

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  • As memórias do chá preto

    Publicado por: • 19 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

     O que é a memória gustativa e olfativa. Ontem tomei chá preto, pela primeira vez em muitos anos. Num átimo de segundo, fui transportado para nossa casa em São Vendelino, no final dos anos 1940. Foi além, revi as cenas de todas as noites. Na hora do jantar, alemão costuma ou costumava tomar café com pães e cucas. O café era muito caro, então minha mãe servia chá preto. E bem nesse horário, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro transmitia em ondas curtas a radionovela Aventuras do Capitão Atlas.

     Ouvi o som da Nacional indo e vindo, às vezes inaudível, eu e meu irmão Paulo Cristiano ouvidos colados no aparelho para não perder nada e confiantes que a bateria não iria arriar. Nas noites de lua cheia, víamos uma nesga do arroio Forromeco. Senti de novo o cheiro e gosto do chá preto daqueles tempos. Lembrei do pão com schmier de cana de açúcar, e por cima o queijo quark. Minha mãe fazia um doce que nunca mais ouvi falar e que, se sobrasse, encerrava com chave de ouro meu lanche noturno. Chama-se dampf nudel, uma bolota de massa no vapor acrescido de creme de baunilha ou com creme de uva como se fosse sagu mas sem o sagu, a fécula de mandioca. A massa ficava bem fofa e o creme entranhava nela.

     Ao que eu lembre, ninguém mais sabia fazer aquela sobremesa deliciosa, cuja receita veio com meu pai da Alemanha, onde nasceu. Era da minha avó paterna, que nunca conheci. Nem ela, nem meu avô Remigius. Sou parecido com ele, pelo menos na foto do santinho fúnebre que a família mandava fazer e distribuía aos parentes e amigos. Muito triste isso.

     Na mesma revoada de memória trazida e turbinada polo cheio do chá preto que pedi na Cafeteria À Brasileira, na rua Uruguai, Porto Alegre, uma parte preciosa dos meus cinco ou seis anos emergiu com força, glória e saudade. Especialmente esta última.

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  • O exagero é sempre a exageração de algo que não o é.

    • José Ortega y Gasset •

  • Bá o quê?

    Publicado por: • 19 jul • Publicado em: Notas

     O colega José Luiz Prévidi foi quem chamou atenção: por que os apresentadores da TV Globo insistem em falar “Barilóche”? Não tem nenhum castelhano na rede que os corrija? Pelo menos “tchê” eles sabem dizer, por causa do Rio Grande do Sul. Aí é só botar “Barilô” antes, belezuras.

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