Overdose

13 mar • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Overdose

Ontem aconteceu uma interessante. Estava subindo na esteira na academia que frequento quando um grupo se acercou. Sabendo que sou jornalista, um deles perguntou o que eu estava achando do coronavírus. Trago a resposta decorada em situações como essa – e como as há!

– Olhem, eu acho de manhã cedo, acho ao meio-dia, acho de tarde, acho de noite e até de madrugada, de maneiras que me permitam ficar duas horas sem achar nada.

AQUELE QUE SE CHAMAVA…

O humorista Jair Kobe, que faz o personagem Guri de Uruguaiana com grande sucesso, recebeu uma homenagem proposta pelo deputado Luís Augusto Lara. No agradecimento ele falou em tom de brincadeira que lutaria para tirar o Gaúcho do Ronaldinho Gaúcho. Vai ser como o cantor Prince, aquele que se chamava Prince…

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ATAQUE AO SANTO GRAAL

Mas não dá para brigar com a gauchada fundamentalista. Em 1972, o pesquisador, folclorista e um dos fundadores dos CTGs Paixão Côrtes foi ator em um comercial de café solúvel, a Dínamo, do Rio de Janeiro. Na peça, ele todo pilchado bradava “chega de café de chaleira!”, mostrando então a lata de café do cliente. Foi um escândalo, imagina, mexer com o Santo Graal dos Pampas.

A EXPULSÃO DO PAIXÃO

Poucos meses depois, Paixão, que, em matéria de usos e costumes gaúchos sempre matou a cobra mostrando o pau, disse no programa A Grande Noite, da TV Difusora, que, além do café de chaleira, a bombacha não era coisa nossa, conforme pesquisa que ele fez no Museu do Louvre. Inclusive tirou fotos (slides) de tapetes da Idade Média em que aparece a corte dos sultões exibidas na tela – eu era um dos produtores do programa. Foi a gota d’água.

FIM DE PAPO

Uma comissão de tradicionalistas foi ao Palácio Piratini pedir ao governador Euclides Triches que expulsasse Paixão Côrtes do Rio Grande do Sul pela heresia que cometera ao mexer com símbolos sagrados do Rio Grande Amado, aquele cujos modelos serviram de façanhas a todo mundo. Felizmente, Triches não deu importância ao fato.

A VEZ DOS PEQUENOS

OK, o clima político interno, o pessimismo externo com o fechamento das porteiras americanas aos europeus, a fuga em massa do capital estrangeiro, o preço baixo do petróleo e suas consequências, tudo isso explica o desabamento da bolsa brasileira, mas por entre os destroços sempre nasce uma plantinha. As pessoas físicas foram as maiores compradoras no pregão de ontem.

VÍRUS ACIONISTA

Outro dia brinquei, mas sem brincar querendo, que se eu fosse o vírus compraria ações agora e em algum tempo que ainda não pode ser calculado seria um bilionário graças ao pânico humano. Pois é o caso desses coronavírus pessoa física. Vai que é tua, investidor.

Mas não posso deixar de registrar que não dá mais para aguentar o noticiário e os jornais impressos – nem todos – sobre o avanço da doença. Parece que os redatores, comentaristas e colunistas estão com mais medo do que os infectados. Um deles, da cidade de Campo Bom, ficou bom em alguns dias e já está trabalhando.

NA REZA

Ensaiei uma charge, mas meu traço é pobre como rato de igreja. Uma turma de velhinhos e velhinhas rezado na igreja bem embaixo da estátua da Nossa Senhora da Boa Morte. Porém, o de sempre, os mais jovens estão sendo mais infectados que os velhotes? Não nos disseram isso no início, não é mesmo?

PENSAMENTO DO DIAS

Hoje, é mais fácil mexicano cruzar ilegalmente a fronteira dos gringos que europeu entrar legalmente nos Estados Unidos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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