Overdose

21 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Overdose

Somos o país da overdose. Quando é Copa do Mundo, só dá Copa do Mundo; quando é eleição, só dá eleição; quando é Olimpíada, só dá Olimpíada. Agora, nem precisa falar. Só que a dose se dá por etapas. Primeiro o vírus, depois as mortes, depois o tudo-fechado, agora vacinas. A dose seguinte será efeitos colaterais. Tudo somado e diminuído, overdose.

Imagem: Freepik

EFEITO COLATERAL

A magreza das redações, que já era fato antes da pandemia, criou vácuo enormes nas diversas editorias. Os mais experientes foram demitidos, houve a revolução dos jornalistas dente-de-leite, depois a briga com Bolsonaro drenou grande parte da energia já insuficiente para essa guerra. Resultado, tudo sobre a China, nada sobre a esquina.

Estamos contando a História como ela não é.

CUBA LIBRE

Cuba não registra nenhuma morte por Covid-19 em duas semanas. Isso diz a imprensa oficial do regime comunista. Como não existe imprensa alternativa, nunca saberemos.

CAVIDADE BUCAL

Sabemos agora que um presidente é bom quando só abre a boca para dar bom-dia ou boa-noite. A patrulha sonora não perdoa. Houve uma revolução jamais vista na história. Pela primeira vez dois presidentes falaram tudo que pensam sem o manto protetor da hipocrisia. Ou, a apologia da mentira.

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Verdade que há  verdades que não devem ser ditas, mas ao fim e ao cabo eles pagaram por falar o que meio mundo só diz em conversa de bar. Bolsonaro devia ter usado um protetor bucal, mas o que ele falou sobre os desejos secretos e outros não tão secretos das multidões ninguém antes teve coragem de dizer, a não ser como admoestação.

SEM CENSURA

Quem pode escrever barbaridades sobre qualquer assunto politicamente correto são os escritores de ficção. É só botar na boca de um personagem. Não tenham dúvida, em parte o autor concorda, mas não assina embaixo. Deixa essa tarefa  para seus sequazes fictícios represados pelo consciente de quem os  criou.

O BOI DORMINHOCO

É uma coisa maluca, mas a conclusão é que gostamos de governantes que mentem e ocultam o que de fato sentem em uma conversinha pra boi dormir.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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