Os azares da fama
O PÚBLICO NA PRIVADA
A mídia se revela com um ser do mal, tudo a pretexto dos alvos serem “pessoas públicas”. A televisão usa e abusa desse clichê, uma espécie de remorso oculto por patifarias. A imprensa também arranha esse limite. Nem falo dos tabloides ingleses, marrom de nascença. Se o neto de uma pessoa famosa faz algum mal, a primeira frase de matéria é “neto de pessoa tal foi preso.”
Por isso nunca gostei dessa história de repórter gravar com câmera ou gravador escondido. Jornalista não é polícia, mas insiste em sê-lo. Se for o caso, entreguem o material aos tiras, ora bolas.
PENAS AO VENTO
Nestes 52 anos de jornalismo, cansei de ver pessoas e famílias destruídas por algo que não fizeram. Agora, é a tal história, bota a pasta de dente de volta ao tubo. Tudo é bonito quando é no dos outros. Mesmo que de forma inconsciente, também devo ter cometido o mesmo pecado. O papel não perdoa. Mas nunca pautei a desgraça, pauteiro que fui..
A HERANÇA DE WILLIAM PENN
O assunto me fez lembrar o caso do fundador e primeiro governador da Pensilvânia, EUA, William Penn. Seu saber jurídico era tão notável que leis que ele criou foram a base da Constituição dos Estados Unidos. Em vez de fama perpétua, batizaram com seu nome uma espinheira predadora – destrói todas as plantas ao seu redor.
GAROTA PROCURA
Com mais de três milhões de usuários no Brasil, a plataforma de relacionamento MeuPatrocínio teve aumento de 80% durante a pandemia. São mulheres jovens procurando homens maduros (ou não) em busca do dindim em troca de vocês sabem o quê. Na direção contrária, a situação se inverte. Não é programa, é no longo prazo, supostamente. Mais de 500 mil são universitárias.
O CASE AMAZONAS
Elas se chamam sugar baby e eles sugar dady. Agora a parte mais interessante. O estado que mais procura sugar dady é o Amazonas e o que mais procura mulheres é o Distrito Federal. O que parece ser lógico. Mas mulheres amazonenses procurando homens, bom, aí já se abre um leque de possíveis causas.