O rim perdido 

10 maio • A Vida como ela foiNenhum comentário em O rim perdido 

 O causo de hoje é contado pelo jornalista Apolos Batista Costa Paz Neto, assessor parlamentar da Câmara dos Deputados:

 Acabei lembrando de uma história hilária, que aconteceu comigo quando morava em Santa Maria, com meu pai Ezequiel Ribeiro Paz. Acho que era 1995, fazia pré-vestibular já mirando o Jornalismo. O pai tinha um compadre que passava por sérios problemas de saúde e ficou hospedado na nossa casa por algum tempo. Ele precisou fazer uma biópsia no rim, uma espécie de raspagem. E eu fui escalado para levar o rim do compadre ao Hospital das Clínicas em Porto Alegre.

 Acondicionamos o pedacinho do rim dentro de uma térmica com nitrogênio líquido, envolto numa espécie de papel laminado, que tinha um fio de nylon preso que ficava para fora da garrafa. Me toquei de ônibus rumo a Porto Alegre, com a garrafa entre os pés. Não podia fechar para não dar pressão e estourar. Lá pelas tantas, peguei no sono e derrubei a garrafa.

 Acordei com uma gritaria e uma fumaceira maluca que evaporava no ar. A pessoa que viajava ao meu lado encolhida em cima da poltrona, apavorada. O pessoal achando que era uma bomba. E eu engatinhando sobre o nitrogênio derramado procurando o rim do compadre, perguntando em voz alta:

 – Onde é que foi parar o rim do compadre?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »