No princípio era o verbo

4 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em No princípio era o verbo

A evolução do homo rei publicae teve considerável avanço de algumas décadas para cá. Pensei nisso ao fazer o balanço dos meus 50 anos de jornalismo e comparar vereadores, deputados e senadores daqueles tempos e os de hoje, no que diz respeito à sua motivação. É covardia a comparação.

O peso do vil metal

Senão, vejamos. O sujeito chegava, num certo momento da sua vida, disposto a retribuir o que a sociedade lhe dera ou queria deixá-la melhor, na cidade ou no seu Estado. Então se candidatava a algum cargo. Passaram-se os anos e, de repente, a carreira política virou emprego. Tanto que começaram a chamar de “classe política”, o que é um absurdo. Classe pressupões atividade econômica, a classe industrial, dos comerciários ou dos comerciantes.

Os atacadistas

Pois bem, viraram classe. Mas aí veio outro salto evolutivo. Não raro o “emprego” não era – é – o mais importante, o que interessa é o PONTO, um espaço imaginário, mas que é mais lucrativo que qualquer emprego porque pressupõe operações no atacado. E rentáveis.

A campo contra-ataca

O ataque contra a Farsul desferido pela candidata a vice de Ciro Gomes, no JC, de ontem, mereceu o seguinte comentário do advogado e produtor rural Nestor Hein: “Kátia Abreu é capaz. Capaz de tudo! Como fenômeno político seria capaz de servir, ao mesmo tempo, a Pinochet e a Maduro. Depende do cenário e da conveniência.”

Preconceito

Ciro já foi infeliz ao dizer que a agropecuária é subsidiada pelo governo. Já foi, não é mais há muitos anos. O que acontece é que o dinheiro vem do depósito do compulsório dos bancos e da poupança. O que o Tesouro faz é distribuir esse dinheiro nas múltiplas demandas do setor, que inclui a agricultura.

O temperinho da sacada

Mas só aqui se vê esse tipo de crítica sem saber como a atividade rural é irrigada, como se o homem do campo ainda fosse gigolô de vaca, no dizer do general João Figueiredo. É verdade que, nos tempos da inflação alta, existiu esse desvio, mas isso são águas passadas. Mas sem até o dinheiro privado é condenado pelos pecuaristas do asfalto, então vamos viver e comer do que: de hortinhas comunitárias e temperinhos verdes plantados em vasos nas sacadas dos prédios?

A hora é de inserção

Ex-Ibope por 30 anos, Domício Torres hoje com sua própria empresa de pesquisas, a IRP, garante que horário eleitoral não cria voto, que o telespectador sai da sala. O que dá voto ou o muda são as inserções de 30 segundos durante a campanha, não dá tempo do cara sair da sala. E se o comercial for bom, pode ser…

No ar

Agência Global assina a segunda fase da campanha institucional do Sebrae RS, reforçando o novo posicionamento da organização. E já está no ar o novo filme, A proposta de sustentação da campanha é mostrar a importância da transformação gerada pelo empreendedorismo na vida das pessoas, na sociedade e na economia. O filme de 60″ veiculará em emissoras de TV aberta e pay TV.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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