A casa da sociedade
A eleição do presidente do Senado Federal não deve ser vista como algo incomum ou vergonhoso. É apenas a consequência lógica mourejada por homens de bem e outros longe dessa condição, uns para ver a Casa revisora melhor e outros apenas como forma de tirar alguma vantagem. Como na sociedade brasileira.
Alma lavada
Recebi de um amigo uma dessas notas que revigoram a gente. O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, julgou improcedente um pedido de indenização que um aluno pleiteava contra o professor que tomou seu celular em sala de aula.
De acordo com os autos, o educador tomou o celular do aluno, pois este estava ouvindo música com os fones de ouvido durante a aula. O estudante foi representado por sua mãe, que pleiteou reparação por danos morais diante do “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional”.
Na negativa, o juiz afirmou que “o professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado se solidarizou com o professor e disse que “ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma”.
País de poltrões
É a dura realidade do Brasil de hoje, a ditadura dos estudantes e pais. E é de Norte a Sul. Por isso é que estamos formando uma nação de poltrões. Pelo menos ainda há juízes como Eliezer. Aqui mesmo, em Porto Alegre, uma aluna quebrou os dentes frontais de uma professora, agressão devidamente registrada em BO. Não teve final feliz. A aluna foi readmitida e a família paparicada.
O país dos coitadinhos (*)
O Brasil de amanhã, quase que literalmente, está cheio de casos assim. É a política do coitadismo, florzinhas-não-me-toquem, que impede que sejamos uma Nação de verdade. Não são todos, claro, mas é aquela situação da maçã podre que contamina as outras no barril. É vós que entrais, perdei toda a esperança.
(*) O jornalista e escritor Emil Farhat escreveu um livro com esse nome em 1967. Já éramos assim naqueles tempos.