Abobrinhas & abobrões

28 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Abobrinhas & abobrões

Nunca achei que uma pandemia pudesse ser tão chata. Preso em casa é pior que estar preso-preso. Quer dizer, até por aí. O que venho observando é a nem sempre sutil volta às ruas. Entre tantas outras mudanças culturais, adeus conversa de elevador. E mesmo  o tradicional papo sobre o clima, o maior catalisador de aproximações verticais e, eventualmente, horizontais.

NOVA ABORDAGEM

Há uma notável diferença no sentido das edições dos jornais. Os tradicionais infográficos de curvas ascendentes de casos do vírus sumiram ou foram deslocados para espaços menos nobres. Curvas descendentes interessam menos. É como alguém virar o oitavo carregador de moringo do safári.  E se o infame atua com menos vigor, em seu lugar vem outra monotonia do dia a dia brasileiro: a corrupção.

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Quem lidera esse safári é o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzler, o popular dabliú duas vezes. Parece que sua excelência abriu um canal de irrigação de mutretas usando os serviços logísticos da primeira-dama.

INTERVALO…

…não comercial. Se existe a primeira-dama deve existir a segunda, por supuesto. Fim do brake.

E OS OUTROS?

Existem às pamparras. Para nossa vergonha, lemos e ouvimos que há outros casos de desvio de dinheiro público da saúde para sem-vergonhas. Olha, mesmo que sejam minoria, e são, a quantidade de maçãs podres no barril vem aumentando assustadoramente. E dinheiro da saúde, dinheiro que é a diferença entre a vida e a morte.

Para  mim, é tentativa de homicídio, e se alguém morrer por isso, será homicídio doloso.

SAINDO DAS MÁS…

…para as  boas notícias. Devagar o mundo ocidental vem saindo e se arrasta para terra firme. As bolsas têm ido bem, suas antenas captaram sinais que medicamentos e vacinas se avizinham no horizonte, os restaurantes dos Estados Unidos têm mais movimento que o esperado e faturam entre 20% e 50% acima do ocorrido em março.

No ano passado, o número de restaurantes e afins em Nova Iorque ultrapassava 12 mil. E diferenciados. Faça as contas para saber quantos anos levaria para comer todos sem repetir nenhum. Gostaria de saber quantos sobreviveram.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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