A senhora do guarda-sol (*)

10 jul • A Vida como ela foiNenhum comentário em A senhora do guarda-sol (*)

Uma senhora, em vulnerabilidade social, andava pelas ruas de Porto Alegre com o seu carrinho de supermercados, contendo toda as suas coisas neste mundo. Normalmente, costuma-se dizer que a dor ensina a viver. Para esta senhora, a vida tornou-se uma luta constante pela falta de alimentos, de roupas e de um lugar para ficar abrigada do frio.

Eu a encontrei um dia frio, deitada em uma calçada e de imediato a reconheci por causa do seu guarda-sol colorido inseparável. Dia e noite, ela o utilizava, até que eu resolvi perguntar sobre a importância de seu guarda-sol.

Ela respondeu-me:

– Este guarda-sol é o meu teto. Um abrigo para chuva, para o sol e também para me esquentar como uma estufa sob os raios do sol e me abrigar nas noites de frio. É minha casa.

Eu pensei com os meus botões:

– Um guarda-sol é para mim apenas um guarda-sol; porém as necessidades ensinam a tirar proveito das coisas e também agregam novos valores. Como é importante dar valor para as coisas.

* Colaboração jornalista Osni Machado

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »