A pior idade

25 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A pior idade

Uma dessas pesquisas que jorram aos borbotões mostra que 87% da população brasileira considera proteger o coração do idoso com diabetes uma prioridade. Naturalmente, que a causa é nobre, mas devo confessar que isso é só da boca para fora. Até admira que 100% das pessoas não digam que idoso com diabetes deva ser prioridade ou de outra doença qualquer.

Foto: Wojciech Wolak /Freepik

O respeito tomou Doril

Se os pesquisados considerassem idoso – com ou sem diabetes – prioridade, 87% deste universo também cederia seu lugar no transporte público, 87% ajudaria todos os idosos a atravessar a rua, 87% do povo jamais estacionaria em vaga reservada para eles, 87% visitaria um asilo pelo menos uma vez por mês, 87% levaria um rancho, 87% perguntaria a eles o que gostariam de beber ou comer a despeito dos médicos, e 87% jamais diriam que a terceira e última é a melhor idade.

Modismos digitais

Para mim, influenciador digital é o cara que bota o dedo na moleira.

Alívio no mercado

Os mercados financeiros melhoraram de humor porque acharam que Geraldo Alckmin se saiu bem no programa Roda Viva de segunda-feira. Bom, Alckmin é macaco velho e, por isso mesmo, câmeras e sabatinas televisivas não o assustam. E, pelo mesmo motivo, acho que ele deve crescer bastante quando o horário eleitoral entrar no ar.

E o futuro?

Não sei. Como se dizia do então ministro do STF, o futuro a Sepúlveda Pertence.

Segura, peão!

Com tanto noticiário negativo cercando o Brasil, é até grande o número de empresas e investidores que ainda colocam fichas aqui. Neste campo, existem os teimosos, os que veem ricos como oportunidades, e os que já estão aqui e não há outro caminho a não ser continuar.

Os felizardos

Não há bem que sempre dure nem mal que não se acabe, diz o ditado. Por isso, tenho cá meus consolos quando vejo a situação nauseabunda e periclitante. A vida continua porque TEM que continuar. O que não está legal é o moral. Felizes são os alienados, os ignorantes, que não querem nem saber porque efetivamente nada sabem.

Efeito Jack

Há uma cena no filme Se Meu Apartamento Falasse, com Jack Lemon fazendo o papel de um milionário angustiado, que me foi inspiradora. A certa altura, ele olha pela janela do escritório em Nova Iorque e aponta o dedo para a multidão na rua:

– Olha essas pessoas todas, não sabem o quanto são infelizes!

Fazer análise tem desses perigos.

Confidências à meia-noite

Um dia, saberemos porque as últimas semanas entre junho e julho pareciam ser tão desérticas, ninguém está comprando nada, pé no freio total, tudo na política, na vida e até na corrupção é mais do mesmo. Tem a ver com confiança, mas a moeda atual é seu oposto. Olhem, eu vou fazer uma confidência: quando acordo ruim me ponho a cantarolar. É contagioso. Funciona. Outro bom remédio é contar piada cretina.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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