A grande entrevista

7 fev • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em A grande entrevista

O Jornal do Comércio publica hoje uma entrevista do jornalista Geraldo Hasse com o cantor e compositor Telmo de Lima Freitas. Várias vezes já o elogiei neste blog. Para mim, sua obra prima, O Esquilador, é uma das mais bonitas músicas nativistas de toda a história desta Província de São Pedro do Rio Grande do Sul – ouça clicando:  https://www.youtube.com/watch?v=HvjIqEHQmaQ.  Quando venceu uma Califórnia da Canção, quase fui às lágrimas ao assistir sua apresentação na então TV Gaúcha. E mais não adianta dizer, então eis um trecho da entrevista

JUNTADOR DE BOSTA DE OVELHA

Dá-lhe gosto puxar da memória as lembranças mais remotas. Eis uma história até agora não registrada nos anais da música nativista: “Comecei como ‘verdureiro”, conta Telmo, esclarecendo que ‘verdureiro’ era o apodo aplicado aos guris incumbidos do trabalho mais chão nas fainas de tosa ovina, na fronteira. No calorão dos verões da campanha gaúcha, cabia-lhe recolher as bolotinhas de esterco das ovelhas submetidas à esquila numa área que precisava ser mantida limpa, em defesa da qualidade da lã. Ainda bem que a tarefa ecológica se cumpria à sombra de cinamomos, eucaliptos e umbus.

CAUSOS DO PAMPA

Na famosa canção premiada, que descreve o trabalho da comparsa (“Um descascarreia, outro já maneia e vai levantando para o tosador”), não há referência à atividade original do catador de bosta de ovelha. Em outra canção, no entanto, Telmo saúda o amigo Julio Machado, cuja comparsa ficou famosa em Uruguaiana ao tosquiar 102 ovelhas num dia – não com a máquina elétrica dos tempos modernos, mas com a primitiva ferramenta manual, chamada de tesoura-martelo por fazer um ruído metálico (tec tec tec) durante a tosa. Numa parede do seu galpão, Telmo mantém várias tesouras penduradas em pregos. São como troféus que servem ainda para ilustrar histórias sobre a evolução tecnológica da ovinocultura.

MANSO OU BRABO?

Olha, não sou só eu que estou desconfiando que esse coronavírus não é o bicho que estão pintando. Drauzio Varella é mais um que diz não estar assustado com esse bicho, como disse para a Rádio Gaúcha. Vírus vem e vão, ele falou, e é esse o grande ensinamento. Tivemos a SARS, a H1N1, o Meers do Oriente Médio e nenhum deles foi o fim do mundo. O pior foi a Meers, que matou 35% dos infectados contra 2,5% do coronavírus – até agora, ressalvo. Vai que.

BOBAGEM PENSADA

Consumou-se a burrice das novas placas Mercosul. Precisa ser gênio para vender a ideia que uma enfiada de números e letras parecidas como O e Q foram uma sacada. E quem foi o revisor do projeto, caraca? Bolsonaro até tentou matá-la, mas aí Inês já era morta. Foi durante o governo Temmer que a coisa começou. O pior que foi bobagem pensada, não foi bobagem de improviso.

SODA CÁUSTICA

Eu adoro o humor britânico, sofisticado e sutil, mas nem por isso menos corrosivo. Na Inglaterra, Churchill dizia de seu adversário Clement Attlee: “Um carro vazio estaciona em frente ao Parlamento. Dele, desce Sir Clement Attlee”.

PENSAMENTO DO DIAS

Deu no jornal: bactérias podem ajudar pererecas a atrair parceiros. É a ciência quem está dizendo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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