A expulsão
Há alguns códigos que regem a vida moderna aos quais nos acostumamos de tal forma que nem mesmo nos damos conta de que é um absurdo. Por exemplo, na Estação Rodoviária de Porto Alegre, os ônibus saem atrasados cinco minutos, e não é de hoje. Pontualmente, é verdade. Outro despautério é que a placa “volto logo” colocada em guichês é letra morta, pois o responsável nunca volta logo.
Nos shows e outros espetáculos, os artistas se atrasam, às vezes, horas. Ou é parte do público que desrespeita os demais e chega depois de o espetáculo começar. Com isso, veio a cultura dos atrasos tanto dos artistas quanto do público.
A conclusão é a seguinte: no Brasil, certinho não tem vez. Quem honra horários e comportamentos sociais é um pária e, não raro, tratado como tal. Como diz um velho provérbio adaptado a estes tempos, em terra de cego que tem um olho é expulso.
Imagem: Freepik
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