A fogueira dos ignorantes
Não existe coisa mais xarope do que o politicamente correto. Atrasou a vida deste país desde que surgiu, essa praga. Podem me apontar algumas questiúnculas no varejo que mereciam mais cuidado ao se falar ou escrever sobre elas, mas o conceito do politicamente correto é uma bosta ao quadrado.
Vamos pegar o recente caso das marchinhas carnavalescas dos anos 1960, do compositor João Roberto Kelly, que foram alvo dos Torquemadas iletrados, adeptos de uma fogueira bem quentinha para quem não pensa como eles. Em especial, pegaram a expressão “juventude transviada” para descer o sarrafo da Santa Inquisição da Ignorância no coitado. Precisa ter um estoque de palavras menor do que uma lesma analfabeta para achar que transviado tem a ver com viado.
Meu Deus. Que essa gente não tenha visto o filme Juventude Transviada, com o ator James Dean, posso entender, mas que ela não saiba qual o significado do termo, e nem mesmo buscá-lo ao alcance de um clic, é demais. Enfim, para citar outro filme de James Dean, assim caminha a humanidade.