• O alface

    Publicado por: • 31 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

     Amanhã, acontece a 13ª edição do Dia da Liberdade de Impostos, aquele em que alguns estabelecimentos vendem produtos ou serviços a preço de custo para mostrar a garfada tributária. Os mais visitados são os postos de combustíveis, que prometem vender 63 mil litros de gasolina a preços reduzidos em 21 pontos de 12 cidades gaúchas. Como em anos anteriores, serão enormes as filas.

     Confesso que nunca entendi a lógica de ficar horas e horas dentro de um carro para encher o tanque. Não fossem as filas, OK, mas conheço gente que foi a um posto que já tinha vendido sua cota e se mandou para outra cidade só para abastecer. Fez-me lembrar um velório de um grande empresário.

     Estávamos eu e um colega jornalista sentados a uma distância prudente do finado, jogando conversa fora, quando chegou o pai do falecido, homem de idade avançada e um pouco, digamos, fora da casinha, para ser misericordioso. Como meu amigo usava bengala e ele também, deu uma bengalada nele.

     – Colega – falou.

     E sem mais nem menos, foi falando sobre o custo de vida, de pechinchar sempre, que nós não sabíamos comprar barato, que se soubéssemos teríamos uma senhora de uma poupança como ele.

     – Por exemplo, eu compro alface em Glorinha. Custa um terço do preço dos supermercados de Porto Alegre.

     Glorinha fica a 57,3 quilômetros de Porto Alegre. E o carro do economista era um Ford Landau, um beberrão de oito cilindros que bebia meia refinaria por ano.

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  • Os ciúmes de um namorado são uma homenagem; os de um marido são um insulto.

    • Carmen Sylva •

  • Carne de baleia I

    Publicado por: • 31 maio • Publicado em: Notas

     O deputado Baleia Rossi, novo o líder PMDB na Câmara Federal, chama atenção pelo prenome, mas o nome todo do parlamentar paulista é Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi. Baleia é nome sonoro e marca campanha eleitoral. Afinal, quem não gosta de baleia? A não ser que seja seu apelido por ser supergordo… Baleia pega na urna. Pois os porto-alegrenses já comeram carne de baleia. E não gostaram.

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  • Carne de baleia II

    Publicado por: • 31 maio • Publicado em: Notas

     Deu-se assim. Em 1959, havia falta de carne nos açougues de Porto Alegre, época em que não se conheciam os supermercados – havia apenas um, pobrezinho, o Campal. Era do governo estadual. O governador Leonel Brizola resolveu mostrar aos magarefes que o povo não podia ser enganado e que comeria carne de baleia que, de tão boa, mudaria hábitos de consumo.

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  • Carne de baleia III

    Publicado por: • 31 maio • Publicado em: Notas

     Foi uma baita de uma furada. Meu pai tinha o que hoje chamamos de minimercado e teve que aceitar uma cota de carne de baleia. Nós mesmos a experimentamos no almoço. Credo. Fibrosa, dura, um gosto tenebroso. Talvez os esquimós e japoneses gostassem dela, mas não os gaúchos. Acreditem. Eu fui uma cobaia. Além de tudo, um atentado contra a natureza e as pobres baleias.

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