• Direito adquirido

    Publicado por: • 7 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

    Lembrei-me de um episódio ocorrido na antiga Cervejaria Brahma de Porto Alegre, a mim contado por um mestre cervejeiro aposentado. Os mais antigos devem recordar do famoso apito da fábrica na rua Cristóvão Colombo. Era o relógio de, pelo menos, meia dúzia de bairros, começando às 7h. O último apito era às 17h.

    Em meados dos anos 1960, a Brahma resolveu modernizar o sistema de produção e extinguiu algumas liberdades que vinha do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Os funcionários do engarrafamento paravam algum tempo no meio da tarde porque cansavam a vista ao examinar visualmente longas fileiras de garrafas de cerveja, para ver se não tinha algum objeto estranho na bebida. A parada era acompanhada por uma caneca de chope.

    Pois essa benesse foi cortada, porque novos sistemas de controle dispensavam o olho humano. Então, não precisavam mais descansar os olhos e, por isso, não recebiam mais a bebida. Então, o sindicato da categoria entrou com uma ação alegando direito adquirido, tiveram ganho de causa e fizeram um acordo. Na hora de acertar os detalhes, o juiz perguntou se os funcionários queriam aquela meia hora que paravam em dinheiro ou diminuição equivalente na jornada de trabalho.

    Tanto faz, foi a resposta, mas o que eles queriam mesmo era a volta da caneca de chope, e bateram pé. A companhia concordou, mas surgiu um problema, o de beber na hora de serviço. Chegaram a um acordo. Além do almoço no refeitório, a Brahma pagaria também o jantar, desta vez, com o chope. A Brahma foi a única empresa na época a disponibilizar almoço e jantar para os funcionários.

    Publicado por: Nenhum comentário em Direito adquirido

  • Mais um

    Publicado por: • 6 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Mais um assalto a banco foi frustrado pela Brigada Militar, desta vez em Arroio dos Ratos. Culminou com quatro criminosos mortos depois que dispararam contra os policiais. Já tem gente torcendo o nariz dizendo que a BM poderia ser menos violenta. Conheço bem essa técnica de arrasar reputações.

    Bala na cara

    Gostaria que eles dissessem isso se estivessem na mira de um fuzil pesado, metralhadora ou pistola de grosso calibre e alta precisão. Na prática, a prática é outra. O que precisa ser entendido é que não foi um episódio fortuito, foi mais uma batalha da guerra que o Crime move contra a sociedade. E estamos perdendo, por sinal, pelo menos até o início da semana.

    Viver é perigoso

    Ou você acha que o fato de não podermos caminhar sem medo de assalto; nem mesmo ficar tranquilos em casa – com alarmes e fechaduras extras; para entrar e sair de casa ou prédio precisamos ficar em alerta máximo; nossos filhos correrem o risco de ser sequestrados e mortos; o tráfico conseguir vender drogas perto dos colégios e até dentro deles; não indica que estamos em guerra?

    Desperdício no prato

    O Procon diz que que é ilegal a cobrança de taxa de desperdício quando o freguês deixa comida no prato. Pode ser ilegal, mas até que seria uma medida de acordo com os tempos. Já contei aqui como os europeus se escandalizam quando observam como nós desperdiçamos comida, o que é uma realidade inquestionável. Comemos mais com os olhos.

    Do produtor ao consumidor

    O dono de uma churrascaria pelo sistema rodízio explica que ele compra 1,6 Kg para cada cliente, mesmo que em média o consumo gire em torno de 250/300 gramas por pessoa. Parece exagero, mas não é. Começa que o peso precisa ser desbastado das gorduras e pelancas; depois é refrigerado, o que retira água, e retira mais ainda quando vai para o espeto. ´

    Na ponta do espeto

    Na hora de servir, ninguém quer comer pontas do espeto. E aí se acelera o desperdício, porque a maior parte dos consumidores deixa parte da carne escolhida por outras que o garçom apresenta. Verdade que a pressa dos garçons em enfiar espeto no prato colabora. E aí troca de prato e o desperdício recomeça. Aliás, não é só em restaurante, em casa também há desperdício. Quando eu era pequeno, era pecado deixar comida no prato, severidade comum nas colônias alemã e italiana.

    Crise, que crise?

    Na verdade, nós nunca vivemos uma crise de alimentos de verdade como os europeus, seja pelas guerras mundiais, seja pelos desastres climáticos. Meu pai sempre dizia que nós nunca vivemos uma crise de verdade, por isso empregamos a expressão desnecessariamente. Crise, dizia ele, é comer carne podre de cavalo nas ruas.

    Transplante renal

    Reconhecido pela atuação na medicina de alta complexidade, o Hospital Moinhos de Vento passará a realizar transplantes de fígado e de rim.

    – Isso complementa a nossa gama de atividades e ainda proporciona a ampliação da pesquisa e inovação nessas áreas – afirma Luiz Antonio Nasi, superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento.

    O Grupo de Transplante Renal, formado pelas equipes de nefrologia, cirurgia geral, urologia e equipe multidisciplinar, já está capacitado para realizar transplantes tanto com doador vivo como com doador falecido.

    – O grupo reúne profissionais com mais de 20 anos de experiência nessa área – afirma o nefrologista David Saitovitch, responsável técnico pelo transplante renal no Moinhos de Vento.

    A instituição retoma um procedimento no qual foi pioneira. Em 1970, o primeiro transplante renal do Rio Grande do Sul – e o segundo do país – foi realizado no Moinhos de Vento pela equipe do médico Loreno Brentano. E há quatro anos houve uma sequência de cinco transplantes para a avaliação de todo o processo.

    Formatura no Agronegócio

    Alunos do Curso Técnico em Agronegócio, oferecido pelo SENAR-RS nos Polos de Ensino presencial de São Sepé e Cruz Alta, estão na reta final do curso e nos próximos dias começam a apresentar os trabalhos de conclusão. É a primeira vez que os alunos de São Sepé passam por essa etapa, que consolida o elo entre a teoria e a prática do curso que dura dois anos. As apresentações serão nos dias 7 e 8 de dezembro. A primeira formatura deste polo está prevista para março/2019.

    Publicado por: Nenhum comentário em Mais um

  • A ocasião não faz o ladrão. O ladrão já nasce feito.

    • F. A. •

  • A origem do mamão

    Publicado por: • 6 dez • Publicado em: A Vida como ela foi

    Quando eu participava do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, entrevistamos um importador de sementes. Foi no auge da polêmica dos transgênicos, hoje tranquilamente consumidos. É verdade que os alimentos orgânicos têm mercado cada vez maior, é uma tendência sem volta.

    Bueno. Estávamos no meio da entrevista quando alguém da mesa comentou que ele não comia produto transgênico nem sob tortura. Foi então que o entrevistado o atalhou.

    – Diga uma coisa. Qual a fruta que mais gostas?

    – Mamão – foi a resposta – porque sei que é natural. E gosto do mamão papaia.

    – Pois então quero te informar que estás comendo transgênico há muito tempo…

    A salvação foi chamar o intervalo comercial.

    Publicado por: Nenhum comentário em A origem do mamão

  • 6 a 1  

    Publicado por: • 5 dez • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Belo trabalho o feito pela inteligência da Brigada Militar, que  soube antecipadamente que haveria assaltos a bancos na região de Ibiraiaras. O desfecho todos conhecem, um refém assassinado pelos bandidos, infelizmente. E seis assaltantes mortos pelos policiais.

    Foto: Gate/RS

    Passividade bancária

    O secretário de Segurança Cezar Schirmer sempre se queixou da passividade dos bancos em adotar medidas preventivas, como cortina de fumaça na hora do assalto. O custo é R$ 9 mil, mas as instituições não querem. Resulta que os assaltos se multiplicam porque é moleza para os fora da lei. E o seguro paga – mas não paga reféns mortos.

    Pausa que refresca

    Mas não é comercial da Coca-Cola. Chega o fim do ano e com ele as entidades empresariais promovem os almoços de confraternização com os jornalistas que cobrem o setor. Ontem foi a vez da Fiergs, hoje é a Fecomércio e amanhã é a vez da Farsul. Tempo de rever colegas que não raro se avista apenas uma vez por ano, que é o caso.

    A felicidade é como a pluma (*)

    Fim de ano é sinônimo de festas, dizem. Também é sinônimo de estresse, principalmente para os ordenadores de despesas, os que pagam toda a conta do Natal. Um dia alguém vai construir um monumento em Homenagem ao Pagador Desconhecido, assim como existe o Monumento ao Soldado desconhecido.

    (*) Tom Jobim

    Que o vento vai levando pelo ar

    Psicólogos e psiquiatras sabem disso melhor que nós, que final de ano é um convite à depressão de boa parte da população, em especial aos que já têm episódios depressivos. E é pior à medida que a gente vai ficando velho. E também há os que simplesmente acham um saco forçar a barra impingindo o clima de Natal para quem não acredita nele.

    Voa tão leve

    Então, não é mais Natal. Tem alguma coisa a ver com a velocidade com que as coisas estão acontecendo, tecnológicas ou não, mas o feitiço do Natal. Executaram tanto a música Então é Natal que encheu. Faz lembrar aquele jogador de futebol gaúcho que comeu 40 quindins em loja do Aeroporto de Recife. Acabou na emergência do hospital.

    Mas tem a vida breve

    O encantamento das bolas coloridas e luzes no pinheiro fez parte da minha e da sua infância, principalmente para quem tem mais de 60 anos. Como me encantavam as histórias contadas junto ao presépio, os pacotes com presentes, a Missa do Galo rezada à meia-noite.

    Precisa eu haja vento sem parar

    Dá para dizer que, mesmo não acreditando mais em Papai Noel, o que valia até os 7/8 anos (na época. Hoje as crianças já nascem sem acreditar nele), a magia do dia 24 de dezembro, especialmente, nos acompanhava até que o doce pássaro da juventude secou como o pinheiro de Natal em janeiro. Foi bom enquanto durou.

    Publicado por: Nenhum comentário em 6 a 1