A velha dama digna
Neste domingo, Porto Alegre completa 245 anos. Já foi muito melhor, mas é o que casa oferece de momento. Quem hoje tem menos de 40 anos não pegou o ano-chave em que tudo mudou, quando passamos de uma Capital em que todo mundo se conhecia para um trambolhão de 1,4 milhão de habitantes. Este ano foi 1968. Poderia dizer 1967 ou 1970, mas decidi que seria 1968 porque nele houve transformações notáveis gerais. Revolução Cultural na China, rebelião estudantil na França, Woodstock, liberdade sexual e o começo do fim dos bondes em Porto Alegre.
Todos adoram bonde e trem. O bonde Duque me acordava às 6h da manhã, hora de ir para a Faculdade. Um a um os bar-chopes começaram a morrer, o canteiro central com as palmeiras da avenida Independência foram derrubadas, o Correio do Povo, de Breno Caldas, começou a morrer – um jornal começa a morrer 10 anos antes. A BR-290 com asfalto novinho em folha começou a matar o trem. E eu casei. Tudo começou de novo em uma cidade nova.
Eu e Porto Alegre tivemos nossos momentos.