A luxúria
A luxúria ocupa o terceiro lugar na lista dos Sete Pecados Capitais da Igreja Católica. Por mim, seria o primeiro. Afinal de contas, sexo sem luxúria não tem toda aquela graça. Sem ela parece uma pequena reunião de condomínio, tão chata quanto. Na origem, a igreja diz que ela é egoísta por todo o prazer sensual e material. Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se dominar pelas paixões”. Consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes, sexualidade extrema, lascívia e sensualidade. Do latim luxuria.
Pois em verdade vos digo que, sem ela, a população mundial seria pequena desde o início. Sexo sem grandes paixões carnais seria como bife de fígado, come-se um de vez em quando e sem grandes entusiasmos. Ou igual a rúcula e tomate seco para quem não gosta. Mas a sexualidade tem armadilhas.
Se eu comparar a falta de luxúria com rúcula e tomate seco teria que ver com a parceira (o) se ele (a) também desgosta desse verde-vermelho. Se gosta, o outro tá ferrado. Assim começam as puladas de muro, na minha modesta avaliação.
O Carnaval é a falsa luxúria. Muitos peitos, muitas coxas, muitas bundas, mas é só para mostrar na TV ou se mostrar no espelho. O Carnaval é anódino, salvo as exceções de sempre, aquela escapada para o carro, ao motel ou até mesmo em algum escurinho providencial, vapt-vupt. O ruim é tirar a purpurina depois, especialmente em regiões geograficamente embaraçosas.
Então vira a luxúria. Sem ela, a vida seria tão interessante quanto ler o manual de uma geladeira.
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