O tempo do futuro-passado

13 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em O tempo do futuro-passado

Uma coisa que sempre tive consciência foi a saudade do futuro no presente. Quando criança, em São Vendelino, e adolescente, em Montenegro, elegi a lua cheia como a imagem que nunca morreria. Cada momento “prateando a solidão” já era passado.

O luar batendo nos potreiros, nos morros do meu pequeno paraíso, o reflexo nas águas do arroio Forromeco, a  lua cheia nas ruas vazias, nas madrugadas de Montenegro, dos anos 1950, no Morro São João. Tudo era único, imagem fugaz, mas paradoxalmente eterna.

O futuro chegava e já era passado, no fim das contas. Cada volta ao luar que iluminava meus verdes anos também traz imagens dos meus familiares, amigos, vizinhos e até meros desconhecidos, tudo e todos foram meu passado que se projetou no futuro, que em um átimo de segundo volta a ser o passado.

Às vezes dói muito.

www.brde.com.br

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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