O feitiço do tempo 

18 jun • NotasNenhum comentário em O feitiço do tempo 

Existe um ditado jornalístico que diz não existir nada mais antigo do que o jornal de ontem. Pois o Brasil de hoje conseguiu subverter essa máxima, que agora se transforma em “não existe nada mais atual do que o jornal de ontem”. Tirando algumas crises e novidades pontuais, como se fossem acréscimo ao que já foi escrito, estamos escrevendo a lendo sempre os mesmos assuntos.

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Pandemia, vacinações,  CPI da vacina protegendo amigos que se tornaram muy amigos do governo, fulano e sicrano. Ficar em silêncio, outros ficaram nos depoimentos, tudo a mesma coisa com algumas mosquinhas novas pousando na mesma cacaca. Enquanto isso, a cobertura de outros assuntos de grande interesse ficam a Deus dará.

Fim antecipado

Faustão sai antes do tempo da Globo. O contrato expira em dezembro, mas é claro que nem ele nem a emissora manteriam o status até lá. Há enorme e interesses em jogo, a começar pelos anunciantes do Domingão do Faustão. Sabendo que ele vai para a Band, alguns certanente irão com ele, outros não continuarão nem com ele nem com o programa, agora sob comando do competente Tiago Leifert até 2022.

Achados na noite

Faustão era bom mesmo no tempo do Perdidos na Noite, na Band. Foi um achado da emissora paulista. Era mais descontraído, uma  versão televisiva de um jornal alternativo e debochado. Quem sabe pegam o título desta nota como nome do novo programa?

Fugitivos da pobreza

Sinal que mudou a ida de Luciano Huck para o programa ou estão mudando seu programa na grade. A lógica é dinheiro, muito dinheiro. Huck dono do programa. Faustão tinha parte no faturamento. Quanto precisamente não se sabe – tem  muito chute por aí. Seja como for, o que ele recebia deixariam sua e minha vida como se diz no interior: com o burro pastando na sombra. Certamente oito dígitos por ano.

O pasto do burro

Quando se ganha muito, não se calcula por mês. É por ano. Por mês é coisa de assalariado comum. Quando é por ano, bem, é porque você entrou no clube dos endinheirados pra valer.

Procura-se

Até na busca por um candidato de centro impera a monotonia. Caberia fazer um box nos poderosos rotativos como em placa de obra com os dizeres xis dias sem acidentes. Nesta, o texto citaria “estamos xis dias sem um candidato de centro”. Essa procura desesperada por um nome palatável é desespero, no fundo. O nome desse tertius já deveria estar na vitrine. Um candidato presidencial precisa de holofotes pelo menos um ano e meio antes do dia E, E de eleições.

Acaba que, no fim, vai acontecer algo do tipo não tem tu, vai tu  mesmo.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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