Mamatas em penca 

9 abr • A Vida como ela foiNenhum comentário em Mamatas em penca 

Stephen Kanitz, um dos primeiros brazilianists, estrangeiros especializados em Brasil, causou furor ao postar que o grande erro dos militares de 1964 foi tirar privilégios dos jornalistas brasileiros, terminar com a isenção do IR, entre outros. A irônica conclusão é baseada em fatos reais. Se não tínhamos penduricalhos – não peguei essa época, é bom ressalvar – mamadas vinham em penca.

Desculpem, mas o corporativismo não faz parte dos meus defeitos. Duela a quién duela. Desde os anos de Getúlio Vargas profissionais de imprensa eram tratados com pão de ló. Por isso Vargas tinha tanto apoio na categoria, até que veio o mar de lama e não dava mais para segurar o rojão. Os privilégios continuaram mesmo após sua morte, em 1954. A moral da pensão foi restaurada em 1964 na parte que nos toca.

Além de não pagar imposto de renda, jornalistas pagavam apenas 50% das passagens aéreas. Havia uma série de outras benesses que, ao fim e ao cabo, engrossavam o salário. Sem falar em cargos públicos paralelos à atividade profissional, que não seria um pecado tão grande na época não fosse o detalhe que a maior parte só batia ponto no dia do pagamento.

Yes, parte dos profissionais se locupletou barbaridade. Finda a mamata, viraram o cocho.

www.brde.com.br

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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