Fria, mas quente

24 jan • NotasNenhum comentário em Fria, mas quente

Diz a meteorologia que, finalmente, uma frente fria vai conseguir romper o bloqueio atmosférico – que causa esse calorão = e gerar chuvas para o Rio Grande do Sul a partir de quinta. Só posso dizer que nunca gostei tanto de uma fria como dessa.

A frente cearense

Frente fria é a ofensiva do candidato Ciro Gomes. Como em anos anteriores, é o vocalista da banda do eu sozinho, e confunde agressividade verbal com linguagem de estadista com chances de chegar lá. É como se fossem miguelitos verbais que não conseguem furar os pneus de credibilidade.

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Que se faça justiça a Ciro. Pelo menos não é agressividade de improviso, faz parte dele. É carrapicho difícil de tirar da roupa.

Os estilistas

O Brasil sempre teve políticos de alcance nacional, mas não de concordância nacional. Ao seu modo, Ciro é como Bolsonaro, neste sentido. Atrai uma pequena multidão de apoiadores inarredáveis. No caso do Capitão, em torno de 25% dos eleitores; no caso de Ciro, 5%, provisoriamente. Mas eles são parecidos no estilo.

https://cnabrasil.org.br/senar

Desconfio que Ciro Gomes quer ser um caudilho nordestino.

A palha brasileira

O que eu gosto no Brasil é essa falta de vontade de chegar lá. Já desisti do sonho de um grande país. Somos uma nação fogo de palha, incendiada por faíscas de entusiasmo juvenil. Findo o fogo, cria outro monte de palha incendiável. Isso é ruim, mas tem duas vantagens.

Gazela com tromba

Imagine o Brasil que desejamos como um elefante no modo acelerado. Depois que destrambelha nada pode mudar seu curso. É como um superpetroleiro de 300 mil toneladas que leva 10 ou 12 quilômetros entre a ordem de parar até imobilidade. Então não é bom ser elefante nesse mundo volátil, tem que ser cruzado com gazela. Nossas bobagens não são bobagens pensadas, são de improviso.

As nossas imperfeições e mancadas são energias renováveis.

Salvação rotativa

Como diz o doutor Luizinho Pereira Lima; “No início, tomou a vacina… totalmente imunizado! Depois, tomou a segunda dose… totalmente imunizado. Agora, tomou a terceira dose… totalmente imunizado. Assim, logo vai ser ‘tomou a vacina mensal’… totalmente imunizado. Até pode ser, tomou a vacina semanal (ou diária)… totalmente imunizado”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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