A grande boca do Jacarezinho

10 maio • NotasNenhum comentário em A grande boca do Jacarezinho

A mídia no Brasil funciona assim: qualquer coisa que mereça a ira das teclas e das câmeras está sempre associada ao governo federal, mesmo que seja uma decisão da prefeitura do interior, dos interiores. Como se diria no passado, ferro na boneca. É bem ocaso do Jacarezinho e a ação policial que resultou em 27 mortes. O culpado foi o Bolsonaro e sua linha dura no combate ao crime.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw02hn_conteudo_lista2.aspx?secao_id=443&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=margem_consignado&utm_content=centro_600x90px

O que o vice- presidente Hamilton Mourão falou “é tudo bandido” – o povo assinaria embaixo. A dicotomia entre a imprensa escrita falada e televisionada e o pensamento popular é sem tamanho. Fazem-se pesquisas até para saber se alguém compraria terreno na Lua, poderiam fazer essa. Não fazem porque sabem o resultado.

Também sou contra a violência policial desmedida, mas antes de emitir opinião é bom analisar friamente os fatos e os currículos dos baleados. Ocorre que a mídia perdeu propositalmente essa qualidade, a análise antes da opinião expressa.

Inversão

Em algumas reportagens, há uma inversão de valores. Os criminosos são pobres coitados e os policiais é que são bandidos Sempre.

No jornalismo de hoje (com exceções), o profissional busca a realidade que julga ser a sua. Se ela não cabe na sua forma pré-fabricada, a realidade é que está errada.

Guerra é guerra

Independentemente do que aconteceu no Rio, a verdade é que vivemos uma guerra civil. O Crime S.A. em todas suas formas, os agentes da Lei de outro. Nós civis somos o efeito colateral.

A morte como obrigação

Quando policiais das séries de TV batem na porta de casa ou apartamento de alguém, em 90% das vezes o procurado está morto e em 100% a porta está entreaberta ou não chaveada. Quando o cara está em casa, em 90% foge pelos fundos.

Os infalíveis

Terminado o jogo, o treinador da seleção argentina Cesar Menotti se preparava para enfrentar uma coletiva de imprensa com a seguinte frase:

– Lá vêm os invictos.

Vacinação eterna

Cada vez mais cristaliza a certeza que teremos que nos vacinar anualmente contra a Covid, tal qual a gripe. Se o vírus da influenza sofre mutações e surgem novas cepas, por que o coronavírus seria diferentes? Até semana passada eram 92, e aumentando.

A compressão da voz

Em 100% das conversas ao telefone nas séries de TV, assunto que levaria um minuto para ser explicado dura apenas alguns segundos para quem o ouve.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »