Wanderley Soares

8 mar • A Vida como ela foi1 comentário em Wanderley Soares

Morreu, aos 76 anos, o meu amigo Wanderley Soares, um jornalista da velha guarda. Uma das coisas que eu mais gostava do Wandeco era a risada fácil, mas enganava-se quem via nele um folgazão. Ao contrário, como repórter e editor de reportagem policial era osso duro de roer. Era sua especialidade. Nos últimos anos, estava no jornal O Sul.

A última vez eu ele atirou uma risada em mim foi no Bar do Beto da Venâncio. Eu na minha pizza bebendo mineral e ele e sua mulher na mesa em frente. Falei qualquer coisa e ele caiu na risada. Wanderley pegou os tempos duros como eu, mas acho que os dele foram bem mais duros. Nem sempre a sorte lhe sorriu, com uma exceção que eu saiba, e nem sempre seu enorme valor foi reconhecido.

As melhores lembranças dele são do tempo do bar Porta Larga, na Érico, quase ao lado do prédio da ZH, anos 1980. Éramos felizes mesmo em uma década em que a inflação comia seu dinheiro do dia para noite – literalmente.

A vez que Wanderley se deu bem com a sorte foi no final dos anos 1990. Em uma dessas varridas que a RBS fazia, sobrou para o Wandeco. Foi posto no olho da rua sem dó nem piedade. Na hora que recebeu o bilhete azul, o saudoso desembargador Guilherme Castro ligou para ele para convidá-lo para ser assessor de imprensa do Tribunal de Justiça do RS, com um belo salário. Premiado pelas circunstâncias, aceitou.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to Wanderley Soares

  1. Rogério Cordella disse:

    Prezado Fernando:
    Sobre a vida profissional do Wanderlei Soares ninguém publicou -talvez por não ter lembrado- que no final dos anos 70 ele trabalhou por pouco mais de um ano na empresa Publipan de Carazinho, num alto cargo de chefia. A empresa alugou uma casa e lembro que ele morava com a família. A Publipan era responsável pelo Jornal da Produção de Carazinho e pela impressão de mais 10 jornais da região. Se tentou implantar naquela época, naquele Município, um grande parque gráfico com o que tinha de mais moderno em termos de equipamentos. Até computador para edição dos textos tinha, além de uma impressora off set que poucos municípios tinham no RS. Lembro disso porque trabalhei na Publipan nessa época, praticamente como um estagiário dos dias de hoje, pois ainda fazia o segundo grau. Tenho a mesma lembrança que tu tens, a de uma pessoa boa e alegre. Abraço, Rogério J. Cordella

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