Viagem ao centro da Terra

31 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Viagem ao centro da Terra

A semana que chega ao fim foi a que mais recebi e-mails e assemelhados com queixas sobre o mau estado geral de Porto Alegre. A falha do momento chama-se buraco. Ou melhor, a multiplicação dos buracos. E nada de a Prefeitura dar um jeito. Nem explicação dá. Quando respondem às reclamações, acenam com vagas estrelas da Ursa Maior, título de um filme cabeça dos anos 1960 que não tinha pé nem cabeça. Pelo menos em matéria de agora vai.

PÉ NO SACO

Como diz o povo. Escrever uma página diária como a 3 do JC é a arte de driblar. Com toda razão, os leitores querem que eu critique mais a Prefeitura, mais e mais, então digo que não dá, não posso escrever o samba de uma nota só. Buraco repetido começa a fazer parte da paisagem.

A ARTE DE NÃO ADMINISTRAR

Desde sempre, uma administração municipal não pode perder de vista o varejo. Não adianta o atacado, grandes projetos – na maioria das vezes sem término – no horizonte cronológico. O que quero dizer é que buraco de rua tira votos, calçadas com lajes soltas – obrigação dos proprietários, mas cabe ao poder público lembrá-los e multá-los caso façam ouvidos moucos – desagradam o pedestre pobre, rico ou remediado. Praças sujas também.

ELEIÇÕES 2020

Isso tudo será lembrado pelo eleitor. Vamos que Nelson Marchezan Jr pegue o dinheiro que vai entrar com a correção do IPTU (correção não, aumento) e encha a cidade de obras ano que vem. Sei não se já não será tarde. Há muita indignação represada.

PALPITE FELIZ

Noel Rosa escreveu Palpite Infeliz, então posso morder a língua. Porto Alegre teve prefeitos do PT durante toda a década de 1990, e essa hegemonia cobrou um preço. E olha que, naquela década, a Prefeitura tinha dinheiro e não parcelava vencimentos do funcionalismo como agora. A cidade perdeu consideráveis fontes de renda, indústrias saíram e a folha inchou. Por que não estamos surpresos? No meu ver, acho que o futuro alcaide será alguém de centro.

A CIDADE DOS BARNABÉS

Em décadas passadas, os funcionários públicos eram chamados de barnabés. E a palavra marajá surgiu primeiro em Porto Alegre, foram os funcionários da Fazenda municipal que começaram a cobrar IPTU de quem nunca pagou, porque não havia dados das habitações. Um levantamento aerofotogramétrico feito por um Caravalle da falecida Cruzeiro do Sul mapeou a cidade. Isso nos tempos em que Leonel Brizola foi o prefeito.

E BARNABÉS BEM PAGOS

Como era uma barra visitar domicílio por domicílio para fins de registro do imóvel, um grupo escolhido a dedo percorreu a cidade, mas para dar certo tiveram que dar uma comissão a cada fiscal, que acabava incorporada aos vencimentos. Os colegas que sabiam desses fanhos extraordinários passaram a chamá-los de marajás. Quem me contou o caso foi um deles, Rivadávía Correia de Souza, também jornalista e com um texto primoroso esparramado nas crônicas publicadas no jornal Correio do Povo.

A VEZ E A HORA DOS JOVENS

Os participantes do programa CNA Jovem embarcam neste final de semana para São Paulo, onde darão continuidade às atividades do programa que capacita as futuras lideranças do agronegócio. É no estado paulista que se concentram importantes agroindústrias, que receberão a visita dos participantes do programa, dentre eles, três gaúchos.

Segundo Edilberto Farinha, que compõe o trio do Rio Grande do Sul, os eventos têm tido abordagens variadas, de oficinas de inovação, encontros com lideranças políticas, palestras sobre comércio internacional, a atividades como um Escape Game, jogo que exercita o raciocínio lógico. “Outro ponto a destacar é que, no intervalo entre os encontros, temos tarefas a serem executadas em ambiente virtual. Assim mantemos o programa mesmo quando estamos em locais distantes”, afirma Edilberto.

O Programa CNA Jovem está atualmente na etapa nacional, após as regionais que selecionaram jovens que se destacam no meio rural de seus estados. No Rio Grande do Sul, o processo foi conduzido pelo SENAR-RS. O Programa será concluído no segundo semestre.

RECEPCIONISTA

Foto: César Stulp

Foto: César Stulp

Um robô social que recepciona, interage e auxilia na venda de produtos? Essa tecnologia já existe e o Robios foi um dos destaques da Trend Store Senac, na FBV 2019. Ele recebe os clientes e apresenta os produtos, descrevendo e expondo em imagens e vídeos. Essa experiência de compra é totalmente inovadora e pode ser realizada do início ao fim, com o pagamento incluído nessa interação do robô.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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