Uma nuvem escura estacionou aqui

31 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Uma nuvem escura estacionou aqui

Esta sexta-feira não é uma sexta-feira como as dos velhos tempos. Como um caminhão de melancias em estrada esburacada, as frutas não se acomodam como se costuma dizer, mas ficam saltitando sem parar. As más notícias de cada dia são engolidas pelas futuras, logo ali. A permanência em definitivo do vírus é apenas uma das maldades da natureza.

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A nuvem está carregada de incertezas econômicas e, com elas, o temor do desemprego. Se você olhar para qualquer negócio, qualquer um, pode ter certeza que vai sobrar gente. E muita. Bancos, por exemplo, vão fechar cada vez mais agências físicas. O Bradesco pode fechar 500 no médio prazo. Outros vão segui-lo. Aliás, já vinham fechando há mais tempo.

COMO FELIZ ERA EU

Usando o fraseado do personagem da Guerra nas Estrelas, bancário nos velhos tempos era respeitado, principalmente no Interior. Eu fui um, sei bem. As moçoilas que procuravam marido tinham uma escala de profissões que lhes garantiriam o lar doce lar com muito conforto.

CASAR COMIGO QUERES?

Ponteavam os  médicos. Casar com um significava saúde e dinheiro. Depois vinham a odontologia, engenharia. Mas a lista dos top parava aí. Canudo não dava dinheiro para formados em ciências humanas. Economista era um ser inexistente na época. Nas profissões sem canudo, os favoritos da mulherada eram os bancários.

OS BARÕES ASSINALADOS

Primeiro lugar olhavam para os do Banco do Brasil. Contínuo, hoje boy, já entrava ganhando 16 salários mínimos. Com as gratificações, percebiam 20 salários por ano. Depois vinham os funcionários de bancos públicos e, em seguida, os  privados. Casar com bancário significava segurança e um  mínimo de 15 salários-ano. Não era uma Brastemp perto do BB, mas olhem a fileira do ganho anual.

MAMÃO COM AÇÚCAR, ATÉ QUE…

E se crescia, fazia carreira. O melhor INSS da época era o IAPB, Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários. Os melhores médicos podiam ser consultados, porque o IAPB pagava – pasmem –  20% a mais que consulta particular. Tudo isso terminou com a reforma bancária de 1965. Por isso desisti de fazer carreira, e ela se afigurava brilhante. Além do que, o chumbo das máquinas linotipo já corria nas minhas veias. Eu queria ser jornalista.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Começaram a discutir a escolha do novo presidente do Supremo. Então saberemos quem vai governar o Brasil.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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