Um estranho no ninho
– Mário, que é esse gajo que sentou no nosso banco?
– É um sujeito meio caladão, Drummond. Sentou e só disse que se chamava Ives Barros. Tentei puxar conversa, mas ele nem me dou bola. Taciturno como tu eras Carlos. Bem antes de ser gauche na vida.
– Ô Quintana, visto do meu ângulo quem é estátua é ele. Nós, pelo menos, estamos vivo. Figuradamente, é claro.
– Certo, somos mesmo. Somos seres sobrenaturais, creio.
– Mas tu mesmo disseste que não existe o sobrenatural. Como era mesmo a frase?
-Tudo é natural, inclusive o sobrenatural.
– Bela sacada. Aliás, uma entre tantas outras, Mário.
– E o que fazemos? Pedimos para algumas pombas fazerem alguma arte com ele?
– Deixa assim, Drummond. Conheço os caboclos da aldeia. Não demora e ele vai embora.
– E certamente sem se despedir…