Termômetro da risada
O grau de poder institucional de uma pessoa seja ela autoridade ou poderosa de outra forma se dá pela risada em resposta a uma piada contada por eles. Vamos começar por baixo: você não é obrigado a rir de uma piada infame contada por um vereador, a não ser que seja seu assessor. E, mesmo assim, em público. Risada contida. Se estiver em fim de mandato, não precisa sorrir. Ao contrário, pode até erguer um canto da sobrancelha.
O mesmo com deputado estadual. Se ele for federal e assim-assim com o governo de plantão, pode rir mas não gargalhar. A gargalhada é privilégio, de presidentes, ministros e magistrados. Sabem como é… sempre bom se dar bem com eles. Mas atenção para um detalhe crucial: caso a figura ser conhecido como péssimo contador de piadas, nunca ria antes dele começar, especialmente acompanhada de um ar “lá vem ele com aquela piadinha que Noé já contava na arca”.
A hierarquia do riso se divide em três, sorriso, risada e gargalhada. Acima disso é puxa-saquismo. Quando alguém conta piada em velório, deve guardar pelo menos cinco metros do finado deitado no caixão. Até porque a essa hora ele não está achando graça de nada. E se não estivermos devidamente mortos se esse estágio de cadáver de alguma forma não tira a consciência da pessoa? Bom, isso só saberemos quando estivermos mortos e alguém contar uma piada no nosso velório.
Vai que.