Tá na Mesa

30 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Tá na Mesa

Imagem: Freepik

É o nome da reunião-almoço semanal da Federasul, em boa parte com temas palpitantes. O prato de ontem foi o papel da imprensa neste rolo todo chamado Brasil. O Editor-Chefe do JC, Guilherme Kolling, um dos sete palestrantes deu uma bela largada ao dizer que ser informado não é a mesma coisa que ser bem informado. Então quero dar meu pitaco e dizer que o emprego da palavra MÍDIA para designar a imprensa é errado. Mídia é uma expressão furtada da publicidade – plano de mídia.

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PRATO PRINCIPAL

Entre uma garfada e outra do prato principal, ouvi os demais palestrantes e além dos pertinentes comentários sobre nosso papel. Citando inclusive os veículos ou grupos que são críticos contumazes do presidente Bolsonaro, Globo, Folha. Fez bem feito, porque eu digo sempre que nós da imprensa sempre nos tratamos com luvas de pelica e na porrada quando são os outros.

SEGUNDO PRATO

Insisto na minha crença, solidificada há anos, que não seríamos nós a única instituição a estar em crise de identidade e vendo os vagalhões de erros e omissões solapando nossas fundações. Isso sem falar que não sabemos mais contar histórias, no sentido de textos agradáveis, que cativem o leitor. Estamos mais para necrotério do que para berçário.

SOBREMESA

Outro assunto ventilado foi o alto volume de informações disponíveis aí incluídas as redes sociais. Como disse o jornalista Marco Martinelli sentado do meu lado, um ás em tocar campanhas eleitorais no Brasil e no exterior, 60% das postagens são fake news. Sem falar nas mesmas informações, vídeos e lendas urbanas que circulam como uma onda no mar do Lulu Santos, vão e vem há anos.

CAFEZINHO

Com a queda nas receitas publicitárias, a imprensa escrita demite profissionais de valor e diminui custos, não raro capando qualidade agregada ao produto. E temos um problema contornável, mas que exigiria uma revolução nas redações: parar de copiar as mesmas fontes, as agências de notícias. Teríamos que reaprender a contar histórias, como escrevi em cima, não apenas falar da China mas também da esquina.

Ó QUE SAUDADES QUE EU TENHO

Foto:  Henrique Nogueira

Foto: Henrique Nogueira

Na década de 1950, o Departamento Estadual de Abastecimento de Leite (DEAL) mantinha, em algumas cidades do interior, um sistema de distribuição a granel. Pelo menos em Montenegro (RS), a população chamava a caminhonete com tanques de leite refrigerado de Vaquinha. As donas de casa precisavam levar o recipiente. Pagavam na hora. Parava em diversas esquinas sempre no mesmo horário.

Eram tempos outros. A excelente manteiga que o DEAL produzia tinha como primeiro destino as residências dos deputados estaduais, depois para os pontos de venda. E de graça. Ou no mól, como se dizia naqueles saudosos tempos.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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