Surpresa, que surpresa?
A deputada Alê Santos (PSL-MG) acusou o PS de só pensar em dinheiro. Ué? Mas não é o que todos querem? Na verdade, o que todos querem é o poder e o dinheiro dele decorrente. Faz alguns anos que essa tendência se cristalizou. Lembro de um caso acontecido há muitos anos. Um governador eleito perguntou a um publicitário que o assessorou o que ele queria do novo governo.
A ARRUMAÇÃO
Na maior cara de pau ele respondeu que queria a presidência de uma estatal, cujo nome não vem ao caso. Mas logo essa, disse o recém-eleito? E posso perguntar qual o motivo?
– Para me arrumar e então também arrumo o senhor – foi a resposta.
Nenhum dos dois se arrumou.
AMARGO DESFECHO
O diabo é que esses larápios nunca caem na malha fina.
REPUTAÇÃO MANCHADA
Vou incutir na tecla que acionei aqui e na pg3 do Jornal do Comércio: por que, nesse tempo todo, a imprensa não deu o devido destaque ao petróleo que sujou 124 praias nordestinas? Por que nossos repórteres investigativos não foram atrás das causas e dos responsáveis assim como foram no caso das queimadas na Amazônia? Em parte, porque não dava para acusar o governo Bolsonaro, em outra parte pelo desconhecimento do assunto, como funciona uma plataforma de petróleo e como funciona um navio petroleiro.
O AUTOR! O AUTOR!
Foi Bolsonaro que pulou na frente, devidamente instruído pela Petrobras. Fez a lição de casa ao dizer que o óleo é do tipo ultrapesado – o nacional é do tipo pesado – portanto, não poderia ser vazamento das plataformas da estatal ou de parcerias estrangeiras. O Capitão fez bem ao ressaltar essa diferença. Os termos “leve” e “pesado” referem-se à consistência do óleo, ou à viscosidade. Quem produz esse tipo de óleo é a Venezuela. Então abre-se um leque de perguntas.
Foi sabotagem estrangeira, como sugeriu Bolsonaro, sem se referir ao vizinho Maduro? Ou temos algum petroleiro fantasma, como na lenda do Holandês Voador?
PERGUNTINHA
Será verdade que o ministro Gilmar Mendes tem o Capitão na mão por causa de um dos filhos?
QUEM SABE, NÃO SABE
Quando sabemos mais histórias estranhas do poder em suas três dimensões que não chegam aos órgãos de comunicação, é porque a imprensa diária carece de confirmações de boatos verdadeiros – calúnia verdadeira, como dizia o senador gaúcho Daniel Krieger – pela ausência de catadores de ponta ou porque não lhes interessa mostrar a face oculta da Lua.
Excelentes esclarecimentos, esse tipo de reportagens é de que precisamos, informações com veracidade.