Sem frescura
Meados do século passado, numa estância nas imediações de Santiago do Boqueirão com um dono que tinha um nome bizarro. Chega na fazenda um carpinteiro para fazer um serviço. Depois de ajustarem o que deveria ser feito e o preço, o visitante comenta que ainda não sabe o nome do contratante.
– Necessário – responde o pecuarista.
O carpinteiro acha que ouviu mal, continua na prosa. Mais um longo tempo, e nova pergunta.
– Qual é mesmo o seu nome?
– Necessário Frescura.
Brincadeira, certo? Estaria ele falando sério? Então veio a explicação do pecuarista.
– Todo mundo me conhece por seu Sério, mas meu nome é mesmo Necessário Frescura – esclareceu, mostrando sua carteira de identidade. O pobre carpinteiro fica mais confuso quando o patrão explica o porquê do apelido.
– É porque todos que ouvem o meu nome sempre perguntam isto é sério? E eu respondo: É sério!
E volta a mostrar a carteira de identidade ao contratado. Vendo no documento uma assinatura abreviada, contendo apenas Frescura, um traço e um círculo, o carpinteiro comenta:
– Que coisa mais interessante! Quando o senhor assina se enrola no Frescura e deixa o Necessário de fora!
(Colaboração de Antônio Goulart. Homenagem minha aos maiores pensadores marxistas da história, os Irmãos Marx).