Rescaldos da batalha

16 maio • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Rescaldos da batalha

   Marquei hoje a consulta com meu cirurgião, Daniel Azambuja, que quer me dar uma geral para ver se está tudo nos trinques com a cirurgia que fiz para retirada de um tumor no reto. Para os que não sabem, foi um sucesso. Não precisei de quimioterapia e nem de bolsinha após a operação.

Imagem: Freepik

Porém…

   …tudo tem um lado positivo. Antes de fazer os exames (meu plano é Unimed e dele não tenho queixas, ao contrário), dei tratos à bola de como oxigenar meu saldo bancário, que estava perigosamente baixo. Mas graças ao tumor por algum tempo, dois meses, não tenho mais essa preocupação. Eu tenho seguro, e a apólice informa que doenças invasivas pagam um bom dinheiro. Não dá para ficar rico, mas a preocupação de antes tomou Doril e sumiu. Hay plata. Provisoriamente.

O crime compensa

   A Holanda está fechando presídios por falta de presos. Qualquer brasileiro que lê ou ouve esta informação tratará de se beliscar para checar se não está sonhando. Igualmente, países nórdicos também são conhecidos pela suavidade das instalações e tratamento dos apenados, pelo menos aqueles não violentos ou que ofereçam risco para os colegas e guardas.

Lar doce lar

   Então se trata de dizer que, sim, o crime compensa por lá. Se teve o desprazer de ser pego em alguma falcatrua, cumprirá pena em ambiente muito melhor do que, digamos, o Presídio Central de Porto Alegre. Em comparação com seus colegas brasileiros, estas prisões são hotel cinco estrelas. Algumas até piscinas têm, aquecidas, e olha que não estão no Nordeste brasileiro ou nos trópicos.

A dissuasão

   Nunca saberemos em que grau a fama dos presídios brasileiros é capaz de dissuadir alguém a desistir do primeiro crime ou dos crimes seguintes, sejam eles quais forem. Nos países que citei, sem dúvida as imagens de celas com TV, banheiro limpinho e celas folgadas, ar condicionado e calefação, comida que se possa comer sem fechar os olhos de tanta sujeira e bichos, não devem promover desistências em iniciativas criminosas.

Um lar no inferno

   Agora imaginem o contrário. Peguem um nórdico, botem nele aqueles óculos de realidade virtual em que sejam mostradas imagens das nossas prisões superlotadas e perguntem a ele se o crime que cometeu possa ser purgado na cena que ele está vendo em 3D. É pesadelo para toda a vida.

O mais longo dos dias

   Já é o quarto Uber que pego para fazer corridas em trajeto conhecido por mim e até pelo motorista em que o GPS da empresa mostra o caminho mais longo e mais complicado. Ah, mas eles levam em conta os congestionamentos. Neca. Todos os que percorri estavam tão ou mais complicados quanto os mais curtos. Ontem, comprovei a observação, no trajeto do Moinhos Shopping ao Jornal do Comércio. Então, qual é, Uber?

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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