Recheio

30 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Recheio

Há anos que martelo em uma deficiência gaúcha – pelo menos em Porto Alegre – que é a incrível ausência de recheio nos sanduíches, desde o fundamental Farroupilha até os sanduíches abertos. Os primeiros, na maioria dos casos, vêm com uma fatia milimétrica de presunto e uma não menos transparente de queijo. Para ter recheio razoável, você precisa pedir queijo e presunto em dobro. Ou seja, paga mais caro por algo que já deveria ter saído da linha de montagem com “sustância” de respeito.

AUSÊNCIA DE RECHEIO

Nas pizzas acontece a mesma coisa, salvo honrosas exceções. É preciso pedir queijo extra para se sentir o gosto. Já os sanduíches abertos se dividem em três tipos: os sandubas de pão, que são tão miseráveis que nem precisa botar recheio para sentir só o gosto do pão.  O segundo tipo de sanduíche aberto é o de picles.

Tira a azeitona, a cenoura – o que faz cenoura em conserva num sanduba? – o pepino, o tomate e só se observam leves traços de presunto, salamito e queijo. E o pior é que o presunto é apresuntado e queijo é aquele de lecitina de soja.

MODELO ALEMÃO

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Este é um modelo alemão de comer bem. No caso, em um singelo restaurante de Munique. O piloto de provas é meu filho Christian. Nos sanduíches abertos de respeito da Capital cito sempre o da Caverna do Ratão. Lá tudo é bom. O sanduba de pernil é maravilhoso porque pernil tem que ser fatiado na hora para não ressecar.

Meu sonho de consumo é ver um alemão montar um bar por aqui trazendo o seu modelo de sanduba. Vai ficar rico. Ou não. De repente, esse povo pouco exigente já se acostumou com a sensaboria.

FESTA NA IGREJA

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Se há apenas duas ou três décadas alguém dissesse que igrejas católicas disponibilizariam espaços para festas pagãs além de casamentos e aniversários etc seria chamado de louco.

A mesma coisa com a decoração dos templos. Em recente casamento foi esse cenário que os noivos e convidados viram.

Quase uma floresta, só faltou a queimada. A Igreja da Conceição, na avenida Independência, também tem um belo lugar para eventos. O motivo: dinheiro.

A crise também atinge a Santa Madre. Além disso, a concorrência é audaz.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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