Quintal do Zé Colmeia

23 nov • ArtigosNenhum comentário em Quintal do Zé Colmeia

O Parque de Yellowstone, com seus 9 mil quilômetros quadrados, ganhou fama com o lar do urso Zé Colmeia. E além dele, ali tem quase toda a fauna que a gente quer ver quando visita um parque, por exemplo: a combinação de algas coloridas e água, que reflete paisagens ainda mais coloridas, como a encantada Fonte Prismática. Ela foi a primeira de água quente a ser descoberta no parque, em 1839. É também a maior – tem 112 metros de diâmetro. Isso tudo mudando de cor conforme a luminosidade.

Outra coisa que lembro de ter lido na visita, é que Yellowstone possui 60% de todos os gêiseres. Cerca de 300 conhecidos no planeta. O mais famoso deles, o “Velho Fiel”, tem suas erupções entre 60 e 110 minutos. É possível checar o esguicho, no parque tem uma placa que diz: “Next eruption”. A água sai a uma temperatura de (acredite) 95 graus, ou seja, fervendo, e chega a 56 metros de altura. O “show” dura entre 1min30s a 5 minutos.

Tem também um depósito de bicarbonato de cálcio que moldou os belos travertinos, também encontrados no Minerva Terrace. Durante quase 50 anos, a fonte de água parou de gotejar, deixando a área completamente seca. Em 1951, voltou a entrar em atividade, dando à paisagem um ar inóspito e, ao mesmo tempo, encantador.
Yelowstone também tem seu Grand Canyon, formado pela erosão do seu rio. Em sua passagem pelo parque, o curso d’água percorre quilômetros e mais quilômetros, formando conjuntos de cachoeiras que encantam os visitantes. Todas belíssimas.
Mas, estas são só um pouco das atrações. Tem várias entradas, e em todas elas uma mini cidade. Todas com boas condições para comida e hospedagem, além de ótimos campings.

Ursos como o Zé Colméia, não vi nenhum, mas são muitos; o preto, o menor (mais ou menos 100kg) é furioso. Já o Grisle, com uns 2m50 a 3m, pode ser acinzentado ou marrom. Raramente ataca, mas não por medo ou falta de força. É que tem um bom temperamento. E quando se entra no parque, recebe-se um manual do que fazer em caso de um “encontro”; o primeiro é “NÃO CORRA”, nem solte a mochila, em caso de você ter que deitar no chão, ela evitará que ele arranhe as suas costas. Lembre-se: ele corre bem mais que você em qualquer terreno e arranca com facilidade uma porta de automóvel quando sente cheiro de comida lá dentro (doces especialmente). Também custei a acreditar, até ver fotos de portas de Pick-ups arrancadas no centro de atenção ao cliente.

Aliás, todos são simples, com restaurante, onde vendem também cestas para piquenique. Tem uma livraria e um auditório no qual os Rangers fazem palestras sobre a fauna e as atrações do parque.

Voltando… há alguns animais do parque nos encantaram: uma manada de uns 300 bisões, que chamam de búfalos. Sabem muito bem que são bisões, e que Buffalo Bill, o Willian Cody, matou 50.000 para aproveitar só o couro. A carne ficava jogada, apodrecendo.

Graças às leis e à vigilância exercida, hoje não estão mais em perigo de extinção. Os trezentos que vimos numa ensolarada tarde, interromperam a estrada interna do parque, pastando ou deitados durante uns 45 minutos. Só se ouviam os clicks dos fotógrafos. Nem uma só buzina.

Flávio Del Mese

Flávio Del Mese nasceu em Caxias, mas tem quase certeza que sua cegonha passou a baixa altura e foi abatida. Isso frequentemente acontece com quem voa por lá, sejam sabiás, tucanos, corujas ou bentevis, mas não tem queixas. Foi bem recebido tanto na infância quanto na juventude, assim como em Porto Alegre, onde chegou uns 15 anos depois, já sem cegonha e a cidade o embala com carinho até hoje. E ele sabe do que fala, pois conhece 80% dos países do globo. Na Europa só não esteve na Albânia, da América só não conhece a Venezuela (prevendo quem sabe, que do jeito que vamos, em breve seremos uma Venezuela). Na Ásia, não passou pela Coréia do Norte e pelo Butão, mas à China foi 6 vezes e também 6 vezes esteve na Índia, sendo que uma delas deu a volta no país de trem, num vagão indiano, onde o até hoje, seu amigo Ashley, tinha uma licença para engatar o seu vagão atrás das composições cujos trilhos tivessem a mesma bitola. Sua incrível trajetória de vida é marcada por uma sucessão de acasos que fizeram do antigo piloto da equipe oficial VEMAG (vencedor de 5 edições de Doze Horas), em um dos fotógrafos mais internacionais do Brasil. Tem um acervo de 100 mil fotos- boa parte delas mostradas nos 49 audiovisuais de países que produziu e mostrou no Studio durante 20 anos e que são a principal vitrine do seu trabalho (inclusive o da volta na Índia de trem). Hoje dedica-se a redação e atualização dos Blogs Viajando por viajar e Puxadinho do Del Mese com postagens sete dias por semana.
Extraído de reportagem:
Ademar Vargas de Freitas
Clóvis Ott
Juarez Fonseca
Marco Ribeiro

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