Querida, encolhi…

12 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Querida, encolhi…

No tradicional almoço Tá na Mesa da Federasul, ontem, peguei-me refletindo sobre todos estes anos que tenho frequentado eventos das entidades empresariais, especialmente as do comércio – que era o caso. Estava com parte da cabeça tomada por uma informação que li de manhã cedo. Magazine Luiza, Casas Bahia, B2W e Americanas perdem R$ 5 bi com chegada da Amazon Prime.

…OS EMPREGOS

Estamos falando de gigantes do comércio físico que também possuem estruturas de vendas virtuais. Mesmo assim, a gigante americana faz todo esse estrago. Ato contínuo, fiquei matutando sobre o baque do resto do comércio, inclusive o médio e pequeno com essa tendência de comprar online. E surgiu logo a pergunta terrível: quantos empregos vão ser perdidos e quantos postos de trabalho serão extintos?

AS ALEGRES COMADRES DE WINDSOR

Não acho que o comércio como um todo esteja tão preocupado quanto a situação merece. Sempre ouço que quando uma profissão desaparece surgem outras em seu lugar. Mas desta vez não. Porque agora tem robô, celular que compra, paga e vende operado pelo próprio consumidor. A nuvem estará sempre contigo. E o espantoso é a rapidez com que as coisas mudam. Vamos ter cada vez mais consumidores sem emprego e renda.

CINCO EM UM

Até os anos 1970, empresas como a Mercedes Benz só lançavam modelos novos de cinco em cinco anos. Imagina isso agora, quando coisas e ideias ficam obsoletas tão logo surgem. Finco pé numa crença que tenho desde que essa loucura começou, no final dos anos 1990: não tem como crescer e acelerar sempre. Um dia surge um muro à frente. Uma bolha que estoura.

CARLOS, O RETORNO

Voltando à frase do filho 02 do Capitão. Quando eu era comentarista de um programa de rádio de Porto Alegre um colega, simpatizante do PT, dizia que jamais poderia dizer em público que a previdência chilena deu certo porque era a ditadura de Pinochet que permitiu a transformação. Por via democrática, dizia, os usuários jamais permitiriam as mudanças necessárias.

ALTO FALANTE ORGÂNICO

Durante a Guerra do Vietnã, os vietcongues faziam frente à tecnologia eletrônica dos americanos utilizando um mecanismo simples. Sabendo que percevejos detectam sangue humano a várias dezenas de metros, colocavam alguns deles em caixas de fósforos e a ligavam a um amplificador singelo com pilha palito. Deu certo. Muito antes que os solados americanos detectassem eletronicamente o inimigo, os percevejos já faziam alarido nos ouvidos vietcongues

NAVEGAÇÃO DE ALTO RISCO

Navegando na procela e com ventos uivantes vindos de todos os lados, o melhor que a família Bolsonaro pode – deve – fazer é ficar de bico calado, porque a essa altura qualquer fala canhestra é detectada pelos percevejos virtuais. Em tempos de guerra, tudo é amplificado. Lembra uma música do grande Paulinho da Viola: faça como o velho marinheiro/que em meio ao nevoeiro/toca o barco devagar.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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