HQ e o crime

19 dez • A Vida como ela foiNenhum comentário em HQ e o crime

Pouca gente sabe, mas no final dos anos 1940 e início dos 1950, as revistas em quadrinhos chegaram a ser proibidas nos Estados Unidos. O Senado formou uma comissão para banir este tipo de divertimento dos lares e até proibi-los de vez. Imaginem, Super Homem, Capitão América, Hopalong Cassidy, tudo era criminoso e foram criados para destruir os lares americanos, os malvados.

Mas foi além disso. A tese de um senador é que HQ despertava o instinto assassino das pessoas, – agora vem só a burrice – tanto assim que criminosos nos presídios liam muito essas revistas. Ou seja, eram escoteiros que só por ler quadrinhos viraram assaltantes, homicidas e foras da lei.

No Brasil, as famílias mais conservadoras também não viam HQ com bons olhos. Eu mesmo era desencorajado em casa, mais pelo temor de ver mulher pelada que para despertar em mim o olhar assassino. Mas pode ser. Lembro que uma vez li uma e, em seguida, roubei o picolé do meu primo.

Eu guardo da memória como comecei a ler. Meu irmão trouxe uma HQ e eu não entendia os desenhos e, em cima deles ou do lado, balões cheios de risquinhos. Até que um dia, depois de aprender o beabá do vovô-viu-a-uva, bingo, fiat lux. O primeiro livro que me encantou foi Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. Até hoje me lembro das ilustrações.

Mas essa já é outra história.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »