Quando eu era menino

7 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Quando eu era menino

Um dos personagens da Escolinha do Professor Raimundo, o Joselino, começava seus causos com “quando eu era menino, lá em Barbacena”. Cá do meu horizonte longínquo perdido adaptei para “quando eu era menino, lá em São Vendelino”. Tinha e tenho muito para contar e parte já está contada. Por isso não quero rever minha terra natal. Tudo mudou, o meu arroio poluiu, o mato despareceu, tem muito concreto, os amigos e vizinhos já morreram. Digo como um decepcionado Drummond de Andrade, Belo Horizonte nuca mais.

QUANDO O BRASIL EXISTIA

Dá para dizer que o Brasil dos meus tempos também desapareceu. Vou chover no molhado, mas é fato. Havia respeito entre alunos e professores. Muito embora eu não sinta saudade da vara de marmelo que, às vezes, castigava minha retaguarda. Mas era do jogo. Aprontou, apanhou. Eu lamento o fim do tempo dos desfiles cívicos do Sete de Setembro, a parada da mocidade, as serestas, os bailes de carnaval já na cidade grande, a visão de Porto Alegre iluminada à noite, vista da Toca da Onça do Morro São João. O Brasil era um ser respeitado.

QUANDO OS PRESIDENTES ERAM FICÇÃO

Lembro vagamente do Getúlio Vargas e seu retrato nos jornais, depois do Marechal Dutra levando seu famoso livrinho (a Constituição Federal), o Getúlio de Novo, seu suicídio, até que fiquei grande e, com título de eleitor, embarque no Jânio Quadros. Não durou. Mas presidente era um ser que fixava abaixo do Brasil, entendem? Na cabeça de guri, um presidente passa, mas a Nação fica. Então éramos eternos, por assim dizer.

QUANDO OS POLÍTICOS ERAM RESPEITADOS

Lembro das conversas em casa quando minha mãe dizia que votaria em candidatos católicos do PDC – meu pai era alemão, não naturalizado, não votava aqui. Durante anos e anos, ela votou em Arlindo Kunzler para deputado federal, que entre outras qualidades era amigo dos meus pais. Político corrupto era raro. Podia até ter culpa em cartório, mas não de sair nos jornais. E jamais venderiam seu voto em troca de emprego para parentes, jamais. Isso era considerado feio.

A FORMAÇÃO DA MESA

Quando eu já era bem mais que um menino de São Vendelino, passei a observar a formação da mesa principal em eventos, inaugurações e assemelhados. Governador, prefeito, o arcebispo, o Chefe de Polícia, o Magnífico Reitor da Universidade Federal e só depois os políticos. Como a TV mal engatinhava, não existiam os papagaios de pirata. É verdade que, algumas vezes, eles se empilhavam uns em cima dos outros atrás do retratado, como se edifício fossem.

FESTA NO BARRANCO

O Barranco é uma instituição comandada pelos sócios Elson Furini e Chiquinho Tasca. Devem ser poucos os nativos que nunca foram almoçar ou jantar lá. A passagem dos 50 anos de fundação da casa foi lembrada pela Assembleia, proposição dos deputados Ernani Polo e Frederico Antunes, do PP.

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Por sinal, Elson é chamado de Élcio e Chiquinho não é Francisco, mas Ilmar. Além do mais, é a cara de Joaquim Levy, ex-ministro e ex-presidente do BNDES.

O BRASIL QUE FUNCIONA

EXPOAGAS 2019

Consolidada como um evento para empresas de todos os tamanhos e dos mais diferentes setores da economia, a Expoagas 2019 – 38ª Convenção Gaúcha de Supermercados reunirá 48 mil pessoas ligadas à cadeia do abastecimento, entre os dias 20 e 22 de agosto, no Centro de Eventos Fiergs, em Porto Alegre, para oportunizar networking, relacionamento, negócios e qualificação aos participantes.

Promovida pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a feira deverá movimentar pelo menos R$ 520 milhões em negociações entre os 372 expositores e os visitantes – em sua maioria, representantes de empresas supermercadistas de todo o Brasil e de outros 11 países. Além da feira de negócios, que contará com fornecedores de produtos, equipamentos e serviços para o varejo e apresentará mais de 800 novidades ao mercado, a Expoagas 2019 possibilitará, em uma série de palestras, visitas, seminários e oficinas, qualificações para diferentes públicos.

Cada vez mais multissetorial, a feira novamente tem gratuidade nas inscrições antecipadas a varejistas de supermercados e de outros setores do comércio, como hotéis, bares, restaurantes, farmácias e lojas de bazar e R$ 1,99. Neste ano, a cortesia estende-se também a produtores rurais pela primeira vez. A principal novidade desta edição é o reposicionamento dos espaços Premium e Circuito de Negócios, criados no ano passado e que integram novos expositores às oportunidades oferecidas pelo evento.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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