A Grande Noite

3 maio • A Vida como ela foiNenhum comentário em A Grande Noite

Era o nome do programa que hoje chamaríamos de tal show, só que com fritas e dois ovos fritos. De luxe, como as propagandas falavam de um produto premium. O apresentador era o inesquecível Ernani Behs, e era apresentado ao vivo, sábados, às 22h, na TV Difusora, hoje Band. Ano 1973.

Eu era produtor, um dos. Quem sugeria uma entrevista ficava responsável por tudo, desde contatos telefônicos (trazíamos gente de todo o país), reserva no Everest Hotel (via permuta) e até a cortina musical (Sim já existia), os desejos de suas majestades e, principalmente, a ficha de perguntas. Certa noite, não tínhamos ninguém de importante na algibeira, então alguém se lembrou do prefeito eleito de uma cidade que era cego.

O meu colega encarregado de convidar o alcaide, providenciar hotel e outras mumunhas preencheu a ficha com as perguntas. O prefeito entrou no estúdio de bengala guiado por um auxiliar. Adivinhem com qual música? O Requiem, de Brahms.  Na pressa, o Ernani não teve tempo de ler as perguntas, então lascou a primeira escrita na tal ficha.

– Boa noite prefeito, bom tê-lo na Grande Noite. Nossa primeira pergunta é: o senhor tem preconceito de cor?

Após o programa, o Ernani queria matar o autor.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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