Pisada lunar

12 jul • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Pisada lunar

Há 50 anos o homem pisou pela primeira vez na Lua. No total, foram seis pisadas norte-americanas. Curioso que apenas a primeira foi posta em dúvida por alguns lunáticos em dúvida, foi armação da NASA blá blá blá. Tente segurar um segredo deste tamanho – a falsidade do voo – em um grupo de 300 técnicos e engenheiros. Não segura entre três.

A CALCULADORA ESPACIAL

Toda a trajetória, a viagem de ida e volta, a órbita, o pouso do módulo lunar na lua, todos esses complicados cálculos foram feitos por um modesto 286, que reinou por breve tempo bem no comecinho da internet. Maravilha, certo? Em termos. Há cerca de mil anos os vikings navegaram suas cascas de noz e desembarcaram em solo americano sem computador, calculadora, mapas náuticos, bússolas magnéticas, astrolábios. Nem mesmo uma luneta.

AS GRANDES NAVEGAÇÕES

Mais de 500 anos depois navegadores espanhóis, portugueses e italianos aportaram em quase todos os continentes, levando comida para durar uma semana, depois era charque de rato, sem mapas precisos. A pau e corda levaram um astrolábio, instrumento naval antigo que media o ângulo da altura dos astros em relação ao azimute (horizonte) para saber mais ou menos onde estavam. Mas não mostrava a terra prometida.

A NAVEGAÇÃO NA INTERNET

Pouco mais de 600 anos depois, temos tudo isso e mais um monte de recursos. Podemos calcular uma pedra na Lua com precisão de centímetros se tanto. A dor não nos ensinou a gemer. Sem um smartphone na mão, não sabemos nem mesmo dirigir do Aeroporto Salgado Filho para um ponto na Zona Sul de Porto Alegre.

NÃO PASSOU

Em retrospecto, a Reforma da Previdência não foi aprovada. Pelo menos eram as previsões de grande número dos coleguinhas e dos seus veículos. É como aquela história da mulher que flagrou o marido pulando cerca. Ele negou com tal veemência que a amante ficou na dúvida, a mulher dele ficou na dúvida e até ele ficou na dúvida se havia se refestelado no combate de Eros. Quer dizer, até eu fiquei na dúvida sobre a votação.

POGONÓFOROS PLUMITIVOS

Ah, mas falta muito, ainda tem a segunda votação, tem o Senado, dizem os plumitivos, alguns deles da família dos pogonóforos. De fato, falta. Mas menos do que antes. Bolsonaro pode citar o provérbio árabe com que o colunista Ibrahim Sued, do jornal O Globo terminava sua coluna: os cães ladram e a caravana passa.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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