Pecados de todos nós

25 maio • A Vida como ela foiNenhum comentário em Pecados de todos nós

Esse negócio de dizer palavrão não comove mais nem freira carmelita. No passado, é que era para valer. Tanto que na Confissão da Igreja Católica era obrigado a contá-los ao padre escondido no confessionário. Convenientemente, o padre podia ver quem estava confessando, mas ele ficava no escurinho. Pecados eram divididos em dois tipos, os mortais e os veniais. Estes últimos podiam ser omitidos, mas não muito, embora não levassem ao inferno.

O ritual começava com os veniais. “Padre, eu disse nomes feios”, que eram desprezados pela maioria dos confessores. Até que um dia, peguei um padre fora da curva.

– Para quem?

Fiquei confuso.

– Como assim?

– Quero saber se disseste nome feio para teus pais, os mais velhos, para algum colega meu, pra outro guri, enfim para quem?

Quase que o fiadamãe acerta. Falei nome feio para um marista.

– Falei pro irmão Rati…quer dizer, pro Irmão Afonso.

Quase digo o apelido do professor Ratinho, outro fiadamâe.

– Pediu desculpa?

– Ainda nāo.

– Então quando saíres daqui vai lá e pede.

Não pedi. Afinal, era pecado venial…

Imagem: Freepik

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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