Pecados de todos nós
Esse negócio de dizer palavrão não comove mais nem freira carmelita. No passado, é que era para valer. Tanto que na Confissão da Igreja Católica era obrigado a contá-los ao padre escondido no confessionário. Convenientemente, o padre podia ver quem estava confessando, mas ele ficava no escurinho. Pecados eram divididos em dois tipos, os mortais e os veniais. Estes últimos podiam ser omitidos, mas não muito, embora não levassem ao inferno.
O ritual começava com os veniais. “Padre, eu disse nomes feios”, que eram desprezados pela maioria dos confessores. Até que um dia, peguei um padre fora da curva.
– Para quem?
Fiquei confuso.
– Como assim?
– Quero saber se disseste nome feio para teus pais, os mais velhos, para algum colega meu, pra outro guri, enfim para quem?
Quase que o fiadamãe acerta. Falei nome feio para um marista.
– Falei pro irmão Rati…quer dizer, pro Irmão Afonso.
Quase digo o apelido do professor Ratinho, outro fiadamâe.
– Pediu desculpa?
– Ainda nāo.
– Então quando saíres daqui vai lá e pede.
Não pedi. Afinal, era pecado venial…
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