Pau a pau

14 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Pau a pau

Escrevi aqui que, no Brasil, até mesmo rejeição irreversível é reversível. A pesquisa Ibope para governador do Rio Grande do Sul mostrou o governador José Ivo Sartori crescendo para 29% e o tucano Eduardo Leite também no acelerado. O detalhe é que as pesquisas iniciais mostravam que o gringo tinha 44% de 50% de rejeição, que agora caiu para 31%. Com os dois no segundo turno, empate – mas Leite tem apenas 12% de rejeição.

Lição número 1

Nunca dê como definitivo o percentual de rejeição nas primeiras pesquisas. Sartori provou isso e não só ele.

Ecce homo

Aleluia, eis o homem, apareceu o cordeiro do Deus Lula! Finalmente Fernando Haddad é oficialmente o candidato in pectore divino, mesmo que não totalmente desencarnado do seu messias. Haddad o terá como ectoplasma circundando seu corpo, e um ectoplasma falante. Só não é boneco de ventríloquo porque ele tem cordas vocais próprias.

Rebuliço financeiro

E mal entrou fardado em campo, o candidato petista já pode comemorar. O mercado financeiro acusou o golpe e o teme no segundo turno disputando carreira com o capitão Jair Bolsonaro. Só que o capitão está fora do jogo, e a nova cirurgia vai retardar ainda mais sua convalescença. Como resultado, o dólar beirou os R$ 4,10, o recorde desde o Real.

O Dia D

Saberemos hoje – com a divulgação da pesquisa Datafolha – se o ex-prefeito paulistano realmente incorporou a totalidade dos votos de Lula ou pelo menos perto disso. Nestas condições, se Ciro Gomes não der uma bela acelerada, e se nenhum dos demais candidatos atrair mais eleitores, Geraldo Alckmin em especial, certamente o PT pode pensar em sentar de novo na cadeira do Presidente da República.

Parêntesis

Neste caso, a carpintaria do Palácio do Planalto vai ter que dobrar essa tal cadeira. Porque Lula estará sentando ao lado de Haddad, como escreveu na sua mensagem ao pupilo.

Fim do parênteses

A porca torce o rabo duas vezes. Uma pela provável ascensão de Fernando Haddad, outra por que dificilmente Jair Bolsonaro voltará para as ruas. E mesmo que sua recuperação seja rápida e não haja sequelas ou novas complicações.

Porém…

Aí em diante é tudo “se”. Seria uma situação jamais observada na história do Brasil. Houve o Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso e delegados dos partidos (lembram disso?), mas depois de assinar a posse morreu e deu lugar ao vice, José Sarney. O general Mourão vai ter que encarar essa.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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