Pau a pau
Escrevi aqui que, no Brasil, até mesmo rejeição irreversível é reversível. A pesquisa Ibope para governador do Rio Grande do Sul mostrou o governador José Ivo Sartori crescendo para 29% e o tucano Eduardo Leite também no acelerado. O detalhe é que as pesquisas iniciais mostravam que o gringo tinha 44% de 50% de rejeição, que agora caiu para 31%. Com os dois no segundo turno, empate – mas Leite tem apenas 12% de rejeição.
Lição número 1
Nunca dê como definitivo o percentual de rejeição nas primeiras pesquisas. Sartori provou isso e não só ele.
Ecce homo
Aleluia, eis o homem, apareceu o cordeiro do Deus Lula! Finalmente Fernando Haddad é oficialmente o candidato in pectore divino, mesmo que não totalmente desencarnado do seu messias. Haddad o terá como ectoplasma circundando seu corpo, e um ectoplasma falante. Só não é boneco de ventríloquo porque ele tem cordas vocais próprias.
Rebuliço financeiro
E mal entrou fardado em campo, o candidato petista já pode comemorar. O mercado financeiro acusou o golpe e o teme no segundo turno disputando carreira com o capitão Jair Bolsonaro. Só que o capitão está fora do jogo, e a nova cirurgia vai retardar ainda mais sua convalescença. Como resultado, o dólar beirou os R$ 4,10, o recorde desde o Real.
O Dia D
Saberemos hoje – com a divulgação da pesquisa Datafolha – se o ex-prefeito paulistano realmente incorporou a totalidade dos votos de Lula ou pelo menos perto disso. Nestas condições, se Ciro Gomes não der uma bela acelerada, e se nenhum dos demais candidatos atrair mais eleitores, Geraldo Alckmin em especial, certamente o PT pode pensar em sentar de novo na cadeira do Presidente da República.
Parêntesis
Neste caso, a carpintaria do Palácio do Planalto vai ter que dobrar essa tal cadeira. Porque Lula estará sentando ao lado de Haddad, como escreveu na sua mensagem ao pupilo.
Fim do parênteses
A porca torce o rabo duas vezes. Uma pela provável ascensão de Fernando Haddad, outra por que dificilmente Jair Bolsonaro voltará para as ruas. E mesmo que sua recuperação seja rápida e não haja sequelas ou novas complicações.
Porém…
Aí em diante é tudo “se”. Seria uma situação jamais observada na história do Brasil. Houve o Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso e delegados dos partidos (lembram disso?), mas depois de assinar a posse morreu e deu lugar ao vice, José Sarney. O general Mourão vai ter que encarar essa.