Casa Grande e senzala
Motoristas do Uber são chamados de parceiros pela empresa. Muy parceiro. Tanto que eles querem fazer greve nacional. De alguns anos para cá, empresas de todos os tamanhos também costumam chamar seus funcionários de parceiros. Isso é muito bom quando eles efetivamente são tratados como parceiros. Só chamá-los assim sem a devida contrapartida é mero alisamento. No caso Uber, a parceirada engrena uma greve nacional. Quando a borrasca chega, a tripulação que não chega nem perto da ponte de comando cai fora do barco.
Foi isso que aconteceu na relação entre o governo Dilma Rousseff (e também de Lula) com o PMDB. Nunca o PT dividiu coisa alguma com seus parceiros entre aspas. Partidos como o PSB tem amargas recordações de quando foram parceiros. Conhecido o resultado das eleições, coloque-se no seu lugar, parceiro. Não dança nada e quer luz negra? Ao PMDB bastavam cargos, até que o sopão infernal montado pelo próprio governo revelou-se uma sucessão de equívocos. Pior: levando o País à breca.
Que é o caso.
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