• Lajeado

    Publicado por: • 29 fev • Publicado em: Notas

    Uma patente é uma inovação que resulta em novos processos ou produtos. A partir de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), a Universidade do Vale do Taquari – Univates – obteve, recentemente, mais uma patente. Trata-se de um produto lácteo enriquecido com farinha de frutos verdes de mamãozinho-do-mato (Vasconcellea quercifolia), espécie nativa do Rio Grande do Sul com alto teor de fibra alimentar, aminoácidos essenciais e proteínas. O produto é resultado da dissertação de Lilian Ferreira, orientada pela professora Elisete Maria de Freitas.

    De acordo com Lilian, o mamãozinho-do-mato também é conhecido como jaracatiá e é considerado uma Planta Alimentícia Não Convencional (Panc). “A ideia inicial era outra, mas sempre tivemos certeza de que seria com o mamãozinho-do-mato. Durante a pesquisa, vimos que havia uma oportunidade maior de inovar com um produto voltado para o público consumidor de probióticos e derivados”, relata.

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    Elisete explica que as características nutritivas do fruto apontam para alto teor de fibra alimentar, semelhante ao que pode ser obtido com o coco, além de aminoácidos essenciais e proteínas. A professora Claucia Volken de Souza acrescenta que, além do valor nutricional, as propriedades da planta contribuem para o equilíbrio da flora intestinal ao promoverem o crescimento de microrganismos “do bem”.

    Claucia explica que o uso da farinha de mamãozinho-do-mato no leite fermentado amplia a vida-de-prateleira do produto e também aumenta a concentração de microrganismos probióticos.

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  • Os desaparecidos

    Publicado por: • 28 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    A partir dos anos 1960, os missionários mórmons passaram a fazer parte da paisagem de Porto Alegre. O templo, a Igreja dos Santos dos Últimos dias, ficava na avenida João Pessoa, um pouco adiante, no sentido Centro-Bairro, do Palácio da Polícia. Esquina com a Ipiranga.

    Para quem não sabe, os mórmons são praticamente donos do estado norte-americano de Utah. Naqueles tempos, eles eram inconfundíveis. Os americanos, quase sempre altos e atléticos, caminhavam sorridentes em dupla com um livro embaixo do braço, sempre com camisa branca de mangas curtas e gravata curta. Pareciam cópias xerox um do outro.

    Pois eles desapareceram das ruas. Ou pelo menos, não os tenho vistos. Como foram anos turbulentos, a esquerda dizia que eram todos agentes da CIA. A esquerda brasileira sempre foi de acreditar em cédulas de 30. Certa vez, na década de 70, um motorista da Zero Hora foi de viatura do jornal para buscar a mulher no culto. Entrou com todo o respeito justo na hora em que o pastor perorava. Ao ver o estranho no ninho, pôs se a vociferar olhando direto para ele.

    – A bebida meus caros, a bebida é a causa de todos os problemas da humanidade. Guerras, casamentos e até amizades desde criança são destruídos pelo maldito álcool.

    A essa altura, parte dos fieis voltou-se para o motorista, que morria de vergonha. Será que está tão na cara que eu gosto de uma cervejinha? A explicação não estava exatamente na cara, mas na camiseta que usava.

    Com letras bem grandes lia-se “Eu bebo todas”.

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  • Falta de respeito

    Publicado por: • 28 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Mas onde está a famosa hospitalidade gaúcha? O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade espera há anos que o seu colega gaúcho Mário Quintana lhe diga que ele pode sentar no banco da Praça da Alfândega, em Porto Alegre. Fica aí trovando e o mineiro de pé. Deve estar cansado. Ou Quintana está fazendo o famoso olho branco ou não caiu a ficha.

    MATOU A PAU

    Mário Quintana tem uma obra poética vasta e uma montanha de frases bem-apanhadas. No meu entender, a melhor delas deveria estar em um quadro na entrada das salas de aulas dos colégios e das universidades: Tudo é natural, inclusive o sobrenatural.

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    OQUEQUEÉISSO?

    Mas o que é isso? É uma barbaridade o que está acontecendo. O coronavírus não é tudo isso que estão pintando, a começar pela taxa de mortalidade. Depois dessa, a gente entende que é relativamente fácil construir uma histeria global.

    MANUAL DO PÂNICO

    Você está no cinema ou no ônibus e o cara do banco oposto espirra. Pronto, o medo se instala. Uma parte dos passageiros não vai dormir de note, preocupada com a possibilidade de ter pego o vírus. Outra parte sai do terminal direto para uma farmácia e, quando os casos se multiplicarem, direto para o hospital.

    PARANOIA VERTICAL

    Agora imagine alguém espirrar em um elevador lotado. Vai ter muita gente subindo e descendo as escadas em vez de usá-los.

    DIRETO DA NATUREZA

    Vírus têm assustado a humanidade nos últimos 30 anos além da conta, mas não têm origem no Ocidente poluído. Vem do meio do mato, seja da África, seja da China ou países do Sudeste Asiático. Na realidade, os animais e insetos que esses povos comem são os vetores. Não culpem os defensivos agrícolas desta vez, eles vêm da natureza mesmo. O pânico, porém, não foi importado. Pânico é coisa da civilização ocidental e cristã.

    ESTADOS GRIPAIS

    O inverno está chegando ao fim no Hemisfério Norte, condição que sempre favorece estados gripais. Em compensação, boa parte do Brasil se prepara para a entrada do frio e dos resfriados.

    SE…

    Se eu tivesse um dinheirinho sobrando esperaria terminar a semana para, em algum dia, da próxima, garimpar algumas ações que ficaram baratas com as quedas recentes.

    ATÉ QUE DEMOROU

    Nas regiões de colonização alemã, o coronavírus passou a ser chamado de colonavírus.

    OS MAROTOS

    Com todos os canhões midiáticos assestados no Covid-19, convém ficar de olho na Câmara dos Deputados. Suas excelências gostam de aproveitar situações como estas para criar benesses e acelerar a aprovação de leis marotas.

    PENSAMENTO DO DIAS

    Não confunda o coronavírus com o vírus dos coroas.

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  • O Brasil é um país em que não se pode, em hipótese alguma, dizer a verdade.

    • Milton Simon Pires, médico •

  • O genro da Dona Maria

    Publicado por: • 27 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

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    Várias vezes já narrei causos acontecidos no Restaurante Dona Maria, na rua José Montaury, Centro de Porto Alegre. O prédio é o mesmo, mas hoje abriga uma loja de utilidades domésticas, antigamente chamadas de Lojas 1,99, que vieram do conceito americano de One Dolar Store. O curioso é que no Brasil logo após o início do Plano Real, em 1994, nosso dinheiro realmente valia um dólar. Depois, quando o câmbio caiu na real, a cotação da verdinha era R$ 1,99.

    Dona Maria existiu de verdade. Ela abriu a casa no fim do século XIX. Anos mais tarde, já na década de 1930, o austríaco Ernesto Moser deu com os costados em Porto Alegre por uma circunstância invulgar: o circo onde ele trabalhava quebrou quando se apresentava em Montevidéu. Sem eira nem beira, resolveu arriscar a sorte no Brasil, como ele mesmo me contou, e trabalhou no restaurante Dona Maria. Ele apaixonou-se pela filha da Dona Maria, o que resultou em casamento. Então ele assumiu a casa após a morte da sogra.

    O Dona Maria era restaurante, a rigor, mas como outras casas também era bar nas horas vagas. O puchero, o mocotó e os filés eram seu forte. Nada excepcional, mas decente.

    Certa vez, seu Ernesto contou que era a pessoa com três nacionalidades: austríaco por nascimento, brasileiro por adoção, e alemão filho da mãe quando o cliente recebia a conta da refeição.

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