• Desgraça pouca…

    Publicado por: • 5 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O Rio Grande do Sul, hoje, é uma ficção. Os rios grandes estreitaram por falta de  chuva. Antigamente chamado de Província de São Pedro, o Estado caiu em desgraça junto ao seu teórico santo, que fechou as torneiras desde janeiro. Parece que vem uma chuvinha, mas é coisa pouca. Até nisso os santos protetores estão falhando.

    …É BOBAGEM

    Que não se diga que não fizemos a lição de casa no combate ao coronavírus, bem pelo contrário. Então castigo não é. Pelo menos por pecados atuais. Já nos antigamentes, é outro papo. Neste caso, nossas maldades e vaidades reduziram a proporção de participação de 12% ao atual 6% e poucos. Não dá em nada dizer que tem sapo enterrado, porque sapo seco não tem força para rogar praga.

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    O SOL POR …

    Dá pena ver a magreza das edições dos jornais brasileiros. Parece que o vírus antecipou a agonia dos impressos. A publicidade sumiu. Eu sempre achei que jornal impresso duraria muito mais do que o projetado pelos doutos. Mas, a essa altura, já não estou mais otimista. Quando a covid-19 for apenas lembrança ruim, tudo estará mudado,  nem sempre para melhor.

    …TESTEMUNHA

    Que não posso fabricar vitamina D enquanto durar o isolamento. Como é sabido, precisamos de exposição ao sol pelo menos nos braços durante 10 minutos diários. Quem não tem sol em casa está ferrado. E na rua, para quem sai, neca pau. De máscara e de blusa ou camisa de manga comprida, sol só na careca. Então eu sou um sortudo.

    A  BRIGA DO CAPITÃO

    É possível e até provável que a nova ofensiva de Bolsonaro contra o STF tenha sido ancorada em algum tipo de pesquisa, por encomenda quantitativa ou qualitativa. Sem entrar no mérito, apenas para não brigar com a notícia, a turma do salário mínimo amaldiçoa o isolamento. Essa turma é o maior eleitor deste país. Sem falar em boa parte do grupo com mais de um salário mínimo.

    DURMA-SE…

    …com um  barulho desses. No início do mês, a OMS afirmou que não haveria garantia de imunidade para quem já teve a doença. Agora ela diz o contrário. Imagina como essa serra que vai e vem impacta a cabecinha do pobre mortal que só queria entender.

    SABEM O QUE…

    … conforta? É ver que tem gente que faz o seu trabalho normalmente, porque é isso que precisa fazer. Este solitário calceteiro, profissão quase extinta, retoca laboriosamente as pedras portuguesas na calçada da Praça do Portão, em Porto Alegre. A vida continua.

    calceteiro

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  • Pensamento do Dias

    Publicado por: • 5 maio • Publicado em: Caso do Dia

    Vou fazer licitação pública para receber o coronavírus. O mais rápido ganha uma dose de cloroquina.

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  • Pela sua própria duração, as grandes tragédias são monótonas.

    • Albert Camus •

  • Grevismos

    Publicado por: • 5 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Era tempo de grevismo, de esquerdismo e de petismo. Por isso mesmo, era tempo de monótonos chavões e mantras ideologizados. Começou com resgate da cidadania e outros resgates como se sequestros fossem. Mas ninguém era mais assíduo em greves e protestos quanto “a nível de”. Não só a esquerda a jogava da boca para fora, mas o mundo corporativo dela se apropriou, como se de Milton Friedman fosse. Logo ele, o pai do neoliberalismo. Entrevistas coletivas de executivos começavam sempre com “a nível de”.

    Pois foi nessa época que meu amigo Gil Villeroy passou pela expressão. No térreo do seu prédio, havia uma agência  bancária, e a tropa sindical conclamou colegas para aderir à greve. Os oradores se revezavam ao som de pelo menos uma dúzia de “a nível de”.

    Algum tempo depois e sem saber do infausto fechamento da agência, Gil desceu do seu apartamento para fazer uma operação. Surpreso, perguntou  ao vigilante o que se passava. O homem se empertigou todo e foi à fala.

    – É que o pessoal está a nível de greve!

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  • A saída, onde está a saída?

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    Publicado por: • 4 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Amílcar era um homem muito bem posto na sociedade bageense. Homem de forte tino comercial, tinha no futebol sua maior paixão. Não perdia jogo do seu time, e no Rio de Janeiro seu clube era o Flamengo. Um dia, o final do campeonato carioca se daria entre Flamengo e Fluminense no Maracanã, um Fla Flu para ninguém perder.

    E o Amílcar, que não gostava de avião, se foi para o Rio num possante Monza. O único problema é que ele nunca tinha ido ao Rio, ainda mais de carro.

    Saiu de Bagé dois dias e meio antes. A viagem se deu aos trancos e barrancos, porque a cada meia hora ele parava para pedir orientações, sempre enrolado na bandeira do Mengão.

    Como chegar ao Maracanã era a pergunta repetida dezenas e dezenas de vezes. Entrou na cidade, pergunta daqui e dali, e conseguiu chegar ao estádio dez horas antes do jogo. Estacionou o Monza sem problemas e esperou dentro do carro.

    A partida foi sensacional. Estádio lotado, o Mengo venceu. Na saída, levou um tempão para chegar ao carro, já à noitinha. Atarantado com aquela multidão toda, finalmente conseguiu ver um PM. Foi direto a ele e disparou a pergunta fundamental.

    – Moço, onde fica a saída pra Bagé?

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