Pensamento do Dias
Quando tudo terminar as rodas de papo vão ter que se reapresentar.
A inveja mata-se por suas próprias flechas.
O Rio Grande do Sul, hoje, é uma ficção. Os rios grandes estreitaram por falta de chuva. Antigamente chamado de Província de São Pedro, o Estado caiu em desgraça junto ao seu teórico santo, que fechou as torneiras desde janeiro. Parece que vem uma chuvinha, mas é coisa pouca. Até nisso os santos protetores estão falhando.
Que não se diga que não fizemos a lição de casa no combate ao coronavírus, bem pelo contrário. Então castigo não é. Pelo menos por pecados atuais. Já nos antigamentes, é outro papo. Neste caso, nossas maldades e vaidades reduziram a proporção de participação de 12% ao atual 6% e poucos. Não dá em nada dizer que tem sapo enterrado, porque sapo seco não tem força para rogar praga.
Dá pena ver a magreza das edições dos jornais brasileiros. Parece que o vírus antecipou a agonia dos impressos. A publicidade sumiu. Eu sempre achei que jornal impresso duraria muito mais do que o projetado pelos doutos. Mas, a essa altura, já não estou mais otimista. Quando a covid-19 for apenas lembrança ruim, tudo estará mudado, nem sempre para melhor.
Que não posso fabricar vitamina D enquanto durar o isolamento. Como é sabido, precisamos de exposição ao sol pelo menos nos braços durante 10 minutos diários. Quem não tem sol em casa está ferrado. E na rua, para quem sai, neca pau. De máscara e de blusa ou camisa de manga comprida, sol só na careca. Então eu sou um sortudo.
É possível e até provável que a nova ofensiva de Bolsonaro contra o STF tenha sido ancorada em algum tipo de pesquisa, por encomenda quantitativa ou qualitativa. Sem entrar no mérito, apenas para não brigar com a notícia, a turma do salário mínimo amaldiçoa o isolamento. Essa turma é o maior eleitor deste país. Sem falar em boa parte do grupo com mais de um salário mínimo.
…com um barulho desses. No início do mês, a OMS afirmou que não haveria garantia de imunidade para quem já teve a doença. Agora ela diz o contrário. Imagina como essa serra que vai e vem impacta a cabecinha do pobre mortal que só queria entender.
… conforta? É ver que tem gente que faz o seu trabalho normalmente, porque é isso que precisa fazer. Este solitário calceteiro, profissão quase extinta, retoca laboriosamente as pedras portuguesas na calçada da Praça do Portão, em Porto Alegre. A vida continua.
Vou fazer licitação pública para receber o coronavírus. O mais rápido ganha uma dose de cloroquina.
Pela sua própria duração, as grandes tragédias são monótonas.