Publicado por: Fernando Albrecht • 11 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas •
Em um dos livros de Umberto Eco há uma passagem que nunca esqueci. Posso ter esquecido o nome do livro, mas não dela. Dizia que deveríamos achar um cantinho no inferno e tentar passar desapercebido o máximo possível.
VAI E VOLTA
Economize televisor, não precisa ver novela. Basta acompanhar o que está se passando em Porto Alegre. Um dia abre comércio, alguém manda fechar, abre de novo, e assim vão uns e outros mudando de dia o que foi acertado de noite e vice-versa.
EM SE MADRUGANDO, DÁ
O Rio Grande do Sul é o único lugar do mundo onde se inaugurou um segundo expediente. Aliás, até um terceiro. Além de decretos, liminares e normativas de manhã, de tarde e de noite, as madrugadas também encontram laboriosos funcionários públicos e servidores graduados trabalhando a todo vapor.
Nunca se diga que aqui servidor público não trabalha, um falso estereótipo.
OITO OU OITENTA
O noticiário doméstico está tão tudo a mesma coisa que a crise política no Líbano, derivada da mortífera explosão, devido à má fiscalização de depósito com material perigoso, é capa e manchete. Não que seja de pouca importância, mas por ser a única novidade real em meses.
Ao longo das últimas décadas, a globalização da informação levou a um mantra nas redações: tudo sobre a China, nada sobre a esquina.
É que não tem mais repórter na esquina.
NA MARRA
Fenômeno não existe. E a consequência de um processo lógico não acompanhado ou detectado no início. Por exemplo: algumas lojas do Centro de Porto Alegre abriram ontem de manhã apesar da proibição. Não é fenômeno. E desespero lógico.
Quando a Guarda Municipal viu, foi em cima e obrigou a cerrar as portas. Nos bairros isso também aconteceu, com a diferença que não há número de fiscais suficientes para toda a cidade. Então a lógica é que casos assim vão se multiplicar se não afrouxarem a chincha.
Publicado por: Fernando Albrecht • Nenhum comentário em Eco do Eco