• O milênio do medo

    Publicado por: • 12 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Quando a pandemia ainda era epidemia, o medo se instalou entre nós. Era um inimigo externo a ser enfrentado ao melhor estilo brasileiro, bater em retirada com pouca munição. Mas confiávamos na fake news que Deus é brasileiro, seguido de “mas eles logo vão descobrir um remédio e depois uma vacina”.

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    Nem uma, nem outra. “Eles” seriam os laboratórios farmacêuticos e o único remédio que apareceu foi a hidroxicloroquina, e mesmo assim mergulhado em dúvidas. Também havia o vermífugo, com o princípio ativo ivermectina, que sabidamente é um derrubador de vírus tão logo dê as caras. Mas como não era novidade e era abundante no mercado, morreu na casca.

    Imagem: Freepik

    COMPROVAÇÃO SEM COMPROVAÇÃO

    A frase mais repetida nestes tempos é “sem comprovação científica” ou similar. De  cara, reduzem a sugestão a pó de traque, mesmo que seja o efeito calmante do capim cidreira ou do chá de camomila. Não foi inventado por eles, não presta. E até faz mal.

    A ERA DA BRILHATURA

    O passo seguinte foi a guerra da brilhatura. Essa é mais nacional, embora possa ser guerra mundial também. Faz parte do ser humano especializado. Tudo pelos 15 minutos de fama. Dá a impressão de zumbis muito vivos escalando os muros da cidade sitiada.

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    No tempo das frases de para-choques de caminhão, havia uma inesquecível: Pra que orgulho, se a terra come?

    A ERA DA DIVERGÊNCIA

    O passo seguinte foi a instalação de medidas protetivas. Não pode isso ou aquilo, mas especialistas divergiam dos governadores e estes divergiam dos prefeitos, que divergiam dos médicos, que divergiam dos promotores, que divergiam dos juízes e tudo vice -versa.

    E vocês ainda duvidam que estamos vivendo uma nova edição da Torre de Babel revista e ampliada?

    A ERA DO MEDO CONSENTIDO

    Temos medo do vírus e que faz a humanidade? Gosta de sentir mais medo ainda vendo filmes sobre vírus. Até hoje não encontrei nenhum médico de cabeça que me explicasse essa estranha contradição, que não é de agora.

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  • Ser presidente é como administrar um cemitério. Há um monte de gente embaixo de você, mas ninguém escuta.

    • Bill Clinton •

  • O Brasil que funciona

    Publicado por: • 12 ago • Publicado em: O Brasil que funciona

    Parceria entre BRDE e Agência Francesa de Desenvolvimento viabiliza projetos sustentáveis. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assinou, em evento virtual nesta terça-feira (11/8), o segundo contrato de financiamento com Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), no valor de 70 milhões de euros – cerca de R$ 425 milhões. Os recursos serão destinados a projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030 dos três Estados do Sul.

    Presente na cerimônia, o governador Eduardo Leite destacou que a medida se soma às ações de desenvolvimento econômico que estão sendo realizadas no RS. “Aqui no RS temos investimentos em projetos pioneiros e sustentáveis. Essa nova parceria vai possibilitar novos financiamentos de alto impacto social e ambiental através do nosso BRDE, consolidando a nossa carteira verde, social e sustentável no RS e viabilizando investimentos privados conectados com essa visão de responsabilidade com próximas gerações”, afirmou Leite.

    Também participaram da assinatura o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés; o vice-governador do Paraná, Darci Piana; o diretor da AFD no Brasil, Philippe Orliange; Olivier da Silva, encarregado de Negócios da Embaixada da França; o diretor-presidente do BRDE, Luiz Corrêa Noronha;W ilson Bley Lipski, vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, e Marcelo Haendchen Dutra, diretor Financeiro do BRDE.

    De acordo com o diretor-presidente do BRDE, o primeiro contrato, assinado em 2019, previa 50 milhões de euros a serem executados até 2021. Em dois anos, afirma, quase todo o valor já foi empregado, o que levou a essa segunda etapa com a AFD.

    “Inovamos na primeira linha de crédito ao focar em empreendimentos sustentáveis e, agora, evoluímos, não só no valor, que subiu para 70 milhões de euros, mas também mantendo investimentos sustentáveis que sejam aderentes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além disso, priorizamos as áreas de saúde, educação e patrimônio cultural”, destacou Noronha.

    Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

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  • Milagre na praia

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Porto Alegre é uma dessas cidades que esvaziam durante os finais de semana no verão. Pois nas décadas de 1950 em diante, até a antes da Idade Moderna, os jornais tinham dificuldade em achar manchetes nas segundas-feiras. Foi o caso de um tórrido domingo de verão que o falecido Diário de Notícias trouxe a hora do espanto.

    A foto de capa era um pinguim, e a manchete era “Apareceu um pinguim em Torres!” Com exclamação e tudo.

    E deve ter sido um foca vindo do Saara que a redigiu. Não bastasse esse despautério, na linha de apoio, logo abaixo da manchete, lia-se o seguinte:

    –  Sabe Deus de onde veio esse bicho!

    Contam que rodaram centenas de exemplares até que um linotipista mais atilado se deu conta da besteira e parou as máquinas.

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  • Eco do Eco

    Publicado por: • 11 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Em um dos livros de Umberto Eco há uma passagem que nunca esqueci. Posso ter esquecido o nome do livro, mas não dela. Dizia que deveríamos achar um cantinho no inferno e tentar passar desapercebido o máximo possível.

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    Economize televisor, não precisa ver novela. Basta acompanhar o que está se passando em Porto Alegre. Um dia abre comércio, alguém manda fechar, abre de novo, e assim vão uns e outros mudando de dia o que foi acertado de noite e vice-versa.

    EM SE MADRUGANDO, DÁ

    O Rio Grande do Sul é o único lugar do mundo onde se inaugurou um segundo expediente. Aliás, até um terceiro. Além de decretos, liminares e normativas de manhã, de tarde e de noite, as madrugadas também encontram laboriosos funcionários públicos e servidores graduados trabalhando a todo vapor.
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    Nunca se diga que aqui servidor público não trabalha, um falso estereótipo.

    OITO OU OITENTA

    O noticiário doméstico está tão tudo a mesma coisa que a crise política no Líbano, derivada da mortífera explosão, devido à má fiscalização de depósito com material perigoso, é capa e manchete. Não que seja de pouca importância, mas por ser a única novidade real em meses.

    Ao longo das últimas décadas, a globalização da informação levou a um mantra nas redações: tudo sobre a China, nada sobre a esquina.

    É que não tem mais repórter na esquina.

    NA MARRA

    Fenômeno não existe. E a consequência de um processo lógico não acompanhado ou detectado no início. Por exemplo: algumas lojas do Centro de Porto Alegre abriram ontem de manhã apesar da proibição. Não é fenômeno. E desespero lógico.

    Quando a Guarda Municipal viu, foi em cima e obrigou a cerrar as portas. Nos bairros isso também aconteceu, com a diferença que não há número de fiscais suficientes para toda a cidade. Então a lógica é que casos assim vão se multiplicar se não afrouxarem a chincha.

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