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Não confunda capitão de fragata com cafetão de gravata.
Na quarta-feira, a GM anuncia a terceira ampliação da fábrica de Gravataí. É investimento de gente grande, um bilhão e meio. Ex-secretário de Desenvolvimento do Governo Britto, Gilberto Mosmann, lembra como foi o causo inicial. Na época, anos 1990, o Rio Grande do Sul tinha perdido duas montadoras, a Mercedes Benz e a Renault, então o presidente FHC avisou Britto que havia uma janela para novas operações, GM entre elas.
As negociações duraram oito meses e foram feitas no maior sigilo em São Paulo. A área inicialmente prevista ficava em Guaíba, mas não deu. Sobrou Gravataí. A terraplenagem levou tempo e dinheiro porque choveu mais que em Salt Lake City, uma das áreas mais chuvosas dos EUA. A montadora batizou o projeto de Arara Azul. Uma das façanhas da GM foi bancar o transplante para outras áreas de mais de uma centena de figueiras adultas já na meia idade. Com exceção de cinco ou seis, todas as demais vingaram no novo lar.
A Operação Pulso Firme, que tirou a turma da pesada dos presídios gaúchos e os transferiu para presídios federais, é uma dessas decisões corajosas que deveriam ser copiadas nesta e em outras área críticas. O que acontece muito hoje é governante passar a mão com medo de reação, do eleitorado ou dos outros poderes. A reação fatalmente virá, não tenho dívida, e a hora que escrevo talvez já tenha acontecido.
Crédito do vídeo: Everton Ubal/BM
Fotos: Rodrigo Ziebell/SSP
Governante com medo procura desculpas. Falta-lhes o que uma expressão já desgastada, mas nem por isso verdadeira: falta vontade política a essa gente. Na moleza, todo mundo sabe governar, quero é ver governar na crueza.
abr 19 •
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