• O caminhão dos Bombeiros

    Publicado por: • 1 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

     Uma coisa que não mudou desde os anos 1950 até hoje foi quando acontece um incêndio “de grandes proporções”. Não tem como inventar muito, porque a emenda seria pior que o soneto. Vez por outra, aparece um “inferno” na cidade ou bairro tal. Por exemplo, imagina dizer que incêndio “gigantesco”, ou algo parecido. Melhor ir direto ao assunto sem quantificar as tais proporções. Em tese, a foto deve falar por ele.

     Sobre incêndio tenho um belo causo. Em 1972, quando eu editava a parte do mercado de capitais da Economia na ZH, acompanhei com interesse os colegas da reportagem policial recebendo e disparando telefonemas para o correspondente em Bagé sobre um grande incêndio que começou no meio da tarde e quase destruiu uma cooperativa de carnes. Era quase hora do fecha e nada de foto. Recorde-se que naquele tempo mal e mal engatinhavam as telefotos, que dependiam de sinal digital do telefone, que não existia.

     Falar em “incêndio de grandes proporções” sem fotografia é a mesma coisa que falar da Miss Brasil sem mostrar a foto dela, então a turma insistiu que ele mandasse a foto por ônibus mesmo, direto ao motorista, alguém da redação pegaria a foto na Rodoviária. O cara jurou que a foto era muito boa. Quando ela chegou, já noite alta, a segundos da deadline, queríamos matar o correspondente.

     No envelope, havia apenas uma uma foto. Mostrava um caminhão de bombeiros estacionado na garagem da corporação. Na legenda, lia-se o seguinte: “Na foto, um caminhão dos bombeiros igual ao que combateu o fogo na cooperativa.”

    Publicado por: Nenhum comentário em O caminhão dos Bombeiros

  • OK, vocês venceram

    Publicado por: • 1 ago • Publicado em: Caso do Dia

      Se móveis, carros e ferramentas serão impressos em 3D, se a a nanotecnologia vai desentupir suas artérias e remover doenças, se os robôs farão toda e qualquer tarefa doméstica, se já existem robôs advogados como o Watson da IBM, que dão orientações básicas de Direito com 90% de acerto contra 70% dos advogados humanos, se a engenharia genética vai fazer seus filhos imunes a doenças, se os robôs vão fazer os trabalhos domésticos sem se queixar e sem entrar na Justiça do Trabalho, 24 horas por dia sete dias por semana, onde trabalharemos nós, humanos, que não somos especialistas em TI nem em robótica? Aquela série de Vingador do Futuro não está assim tão longe, afinal de contas.
      Um saída é sentar na beira da calçada e chorar, isso se algum robô-gari não jogá-lo dentro de uma caçamba que transformará você em luz, calor e adubo.

    Publicado por: Nenhum comentário em OK, vocês venceram

  • Não há satisfação em enforcar um homem que não se opõe a ser enforcado.

    • Bernard Shaw •

  • Os esquecidos  

    Publicado por: • 1 ago • Publicado em: Notas

     As necessidades por que passou o flautista Plauto Cruz, falecido no domingo aos 87 anos, mostra a triste sina dos artistas que não foram bafejados pela sorte. Assobiamos, batemos palmas, nos emocionamos nos shows, mas depois, quando o sol do sucesso se põe, eles rumam sem eira nem beira para o amargo fim. Plauto ainda teve quem o ajudasse, mas a regra não é essa. O mundo é assim.

    Publicado por: Nenhum comentário em Os esquecidos  

  • O Flauto da Plauta

    Publicado por: • 1 ago • Publicado em: Notas

     Nos áureos tempos da seresta, no final dos anos 1960 e início dos 70, em Porto Alegre, Flauto da Plauta – como brincávamos na época – estava no auge. Dava canja no Adelaide’s Bar, na parte alta da rua Marechal Floriano, ele, o Lupicínio, Marino do Sax, Mário Barros do violão sete cordas, Johnson, às vezes o Túlio Piva, o Clio do Cavaquinho e outros ases com vários coringas.

    Publicado por: 1 comentário em O Flauto da Plauta